10 março 2010

Já se tornou cliché, mas nunca percebi porque me irritam as mulheres desta maneira.
Esfreguei as minhas botas com um pano, lavei-as, mas esta lama entranhada, não quer sair. Não importa, gosto dela assim em mim.
Este semestre, aquela sala tornou-se mais fria, mais desgraçadamente branca. O professor de estatistica, cocheia num palco que lhe confere respeitabilidade duvidosa. Ri-se do que não acho piada. Da sua boca saem enxurradas lidas de uma projecção no branco. A minha mente vagueia. Não é assim que se ensina. Noutra sala, bebia as imagens que me beliscavam a mente espicaçada de conhecimento. Agora, é só um quadro falado, e eu não entendo nada.
Duas horas depois, ainda a mastigar uma porcaria qualquer, sento-me. Zangada. O mulherio de madeixas e botas altas brilhantes, um burburinho contente, "não vou aprender nada, vou mostrar que sei". Sento-me e rezo para vir a saber também.
A meio, discutem-se os procedimentos correntes nos gabinetes, enquanto eu me afogo no SNC, diferimentos, imparidades... Não sendo anormal, nem burra, que até me dei bem, estamos a falar de quê? Tenho tosse, tenho febre, de corpo e de alma. E aquele vulto que se julga mulher, corteja-se à minha frente, esganiçada.
Olho para trás, e quem me conhece, sorri e afiança-me calma. Em casa, no fim de semana, explica-me. E do outro lado, uma cara que gosto e que sugere para não ouvir nada, senão confundo-me. 
Duvidas? Claro que tenho duvidas. A começar pela razão de ensinar e o dom para tal. Tenho duvidas acerca de tudo e nem é uma duvida, é uma questão existencial entre dizer o que penso e estar calada.
Detesto mulheres assim, empinadas!

1 comentário:

manuela baptista disse...

Gosto da sua escrita

bem comportada
ou
não

"maestrina num salão iluminado, sem gente."

um abraço

Manuela