quer morrer, quer renascer
num ébrio barco de calma confiança.
Quem escreve
num ébrio barco de calma confiança.
Quem escreve
quer dormir em ombros matinais
e na boca das coisas ser lágrima animal
e na boca das coisas ser lágrima animal
ou o sorriso da árvore.
Quem escreve
quer ser terra sobre terra,
quer ser terra sobre terra,
solidão adorada,
resplandecente, odor de morte
e o rumor do sol, a sede da serpente,
o sopro sobre o muro, as pedras sem caminho,
o negro meio-dia sobre os olhos.
e o rumor do sol, a sede da serpente,
o sopro sobre o muro, as pedras sem caminho,
o negro meio-dia sobre os olhos.
António Ramos Rosa
"Acordes"
4 comentários:
Amiga,
Fiz silêncio..., estas palavras deste também nosso poeta calaram-me e, assim fiquei...
Porque quem escreve quer tudo isto..., sente este sopro todo...
Obrigada!
Abraço com Luz
O tempo tudo apaga e a rasura
desaba repentina sobre os olhos
dos poemas que atiramos pela janela
numa garrafa cheia de vazio
(não sei se para os bolsos de uma estrela
se para o leito seco de algum rio)
Eis como sentimos as sílabas que outrora nos circulavam no sangue das palavras esquecidas que foram para alguém o corpo dos poemas de ninguém.
Uma boa noite para ti
Beijo
LOBO
:) quem escreve...quer prolongar o seu eu para além do seu corpo ...
bj
teresa
Belo!
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