04 fevereiro 2010

A minha mente tem-me oferecido uma montanha russa, como uma devassa de inconstâncias que me trespassam, ficam, brincam e chamam. Algumas, duras, questionam-me cada elemento, cada crença, cada pedaço de mim, outras, simplesmente, são obra de um acaso estranho e anedótico, e ainda, aquelas que eu crio, que eu construo, que dançam cá dentro, de mão dada comigo.
Património que me é devido, não muito, resvalado, após uma curva do caminho que nem me lembro de ver, perdida em pensamentos e não sei bem o quê, não vi, vi-me só por entre árvores que não faziam caminho, barulhos e troncos e uma pancada forte. Parei, no mesmo instante em que o meu coração disparou mais ainda, mão dormente, cabeça dorida, perdida, onde pensei correr e poder deixar-me estar.  Doi-me ainda o corpo, doi-me muito mais a demencia do esquecimento que me ofereço, da alienação de me fazer bem, por tantos passos feitos de distancia de mim. Surpresa, convencimento que não vale a pena atender a tratar de mim... 
Seja assim, então...
Sejam passos pequenos, iguais, descrentes e com pouca fé, seja agora a pauta que não me suga, reflete o esforço e a insistencia, o reverso do medo, e eu, aprendo mais que os conteudos que fui capaz?  Devia aprender, era urgente que o fizesse, por paz...
Sejam palavras vociferadas, dois sentidos de uma raiva que não me atrevo a chamar mais nada, raiva, zanga e medo, medo, vozes cegas de ouvir, farsas ambas de um sentir que nunca foi menos que tremendo. Farsa e motivos, margens de um rio que se recusa em desaguar, e um descredito infinito outrora arco iris com todas as cores do meu mundo. Doi-me o corpo e a alma do esforço de não beber palavras que sendo minhas, nunca o foram.
Alberguei um amigo novo hoje, não decidi, não soube fazer de outra forma, não consigo e esta minha contradição desconcerta-me e envergonha-me, tão forte, tão fraca, tão certa e errada, tão humana e desumana. Dorme agora, numa casinha improvisada, com o ar mais doce, enquanto o meu amigo de sempre me olha, estranho.
Seja assim também...
Estou cansada, dorida, descrente...
Estou zangada comigo, com nada, com tudo.


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