Escorre agua na minha janela, e um assobio estranho, ouve-se nas portadas e fechaduras. Lá fora, haviam caras e danças, musica e uma mescla de perfume adocicado que me não deixa ouvir mais. Como eu gosto de sentir este cheiro de terra molhada, este aroma de outro tempo misturado com o agora.
Apetece-me este chá que bebo, apetecia-me saltar à corda e fazer legos, não tenho sono, acordo-me de uma soma de promessas e cortejos que passando, não ficaram mais do que o tempo de me fazer crescer. Palavras quase ditadas, ensaio já gasto, sem corpo. Na multidão composta de aromas e movimento, sobressaem os elementos silenciosos que me descobrem no olhar.
Brindo de agua o caos ordeiro, o preenchimento do meu esvaziar, de escolhas e cores que não peço, não esqueço por nunca me lembrar, um segundo, uma hora, tempo que me deixa chegar.
Há um campo em mim por semear.
2 comentários:
Terra fértil de imaginação, disponível para novas sementeiras, novos frutos, novas viagens, cores, sabores....
Bj
Alguém um dia disse que se podia tirar poesia de um cardo agreste do campo.
A milita é o exemplo disso.
Enviar um comentário