12 setembro 2009

Sede de mim

Os meus dedos soltos, os gestos que não domino, espelhos de uma alma minha.
Queria saber erguer agora uma mão e acariciar a lua, queria sentar-me ao fresco da minha janela e esperar o primeiro raio de sol entrar dentro de mim, queria saber entender cada palavra que leio, queria-me fundir, um dia, enebriar-me de vida.
Queria beber da fonte da sabedoria e a seguir esquecer.
Queria ser surda e saber ouvir
Cega de tanto ver
Tenho tanta sede de ser!
Queria apanhar boleia, saltar a meio, correr, parar.
Queria que me explicassem por terem-me visto onde eu não me encontro.
Queria adormecer e ter um sonho de criança.
Queria acordar sorridente.
Queria deixar-me ser, aprisionar o medo e deixar-me viver.

Imagem de Marta Marques
(para ti, minha amiga grande)

Sem comentários: