liberto de si mesmo E sem imaginar
pouso no limite entre a luz e a sombra
para me oferecer à nudez de um começo
Há palavras que esperam na sombra contra o muro
para serem a felicidade de uma folha aberta
sem mais sentido que o perpassar da brisa
mas que abrem o mundo e de doçura tremem
Não é preciso polir a madeira das palavras
ou talhá-las como se fossem seixos
Há um lugar para elas no branco
e não numa alfombra de ouro
e quanto mais frágeis mais frescura exalam
porque elas são a fábula do mundo quando a água o embala
António Ramos Rosa, "As palavras"
Um sitio que gosto de visitar
Porque me faltam palavras agora, que me respirem sem preço
Porque ha um lugar em cada coisa e por cada coisa o seu tempo
Porque me vestem imagens na opacidade dos dias e das faces
Necessárias.
E na verdade ficam momentos em que por sentidos,
Me dispo e sou inteira
Raros.
É nessa altura que tremo, que tenho medo, que suo das mãos, que fervo na cara.
É nessa altura que não sei o que dizer, não sei o que fazer, e tenho este sentir tanto que me atordoa de nua que estou, que atraio cegueira.
Nessa altura, cumprimento-me, reconheço-me e desentendo-me.
E neste momento, encontro nas palavras deste autor
uma espécie de espelho da minha alma.
3 comentários:
Amiga,
São tantos os momentos em que nos faltam palavras que expressem tudo o que sentimos..., e, encontramos nas palavras de autores que gostamos, com os quais nos identificamos o que temos dentro de nós, o que brota, o que sai da nossa alma. Este é também um dos meus autores que me conforta, que me apazigua e, onde me encontro!
Abraço de Luz
para isso nos servem os bons autores
bj milhita
teresa
Lindissimo poema.
E neste momento, encontro nas palavras deste autor
uma espécie de espelho da minha alma.
Adorei
Beijinhos
Sonhadora
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