Queria escrever, escrever do meu fundo, onde brilha uma Lua meia e os sonhos são pássaros que cantam nos beirais do meu sonho, de onde me avisto inteira, despida de medo e de vida apregoada por tudo ou por nada.
Queria escrever até secar a água que escorre e não passa, queria lançar-me nas palavras que negam o pensamento que hoje,e sempre me trespassa.
Queria reter aquela Lua cheia que hoje se esconde na névoa fronteira entre o renascer e a madrugada.Queria ser mais de mim, queria mais por ser hoje perda que me leva.
Queria ser serra que avista e mar que cresce, queria ser embargo de mentira e voz de poeta.
Queria escrever o que me vai na alma. Não sai, as minhas mãos secaram de gestos onde a mente não mora. Deixei-me reflectida em imagens que mal me vêem, já não sou voz cantada de mim, rodeada de livros e conceitos, sou tela esbatida neste palco. Não me vejo.
Sou noite por fora e ocaso cá dentro.
2 comentários:
Agora mesmo a adicionei no meu blog... Gosto das coisas que diz.
Manuel Poppe
E já agora aqui fica o meu blog:
http://sobreorisco.blogspot.com/
Manuel Poppe
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