Ensaio-me.
para que a morte me seja ao som dos pés,
o som das uvas esmagadas
com o sangue de todas as rosas que não vieram ser-me lençol.
uma porta de chumbo a ser livro raso. a ser abate.
e abro-te a boca para te ser luz que não sombra
e se o eterno mais não fosse que este único momento de trigo incerto?
dirias que um pássaro me dividiu o corpo?
ou antes que o fundo do abismo seria mais alto?
como vês, nada sabemos da extrema solidão.
fonte ou harpa. seremos sempre a metade de um livro alegórico.
Isabel Mendes Ferreira
5 comentários:
belo momento de poesia, a prender-me do princípio ao fim.
Solidão!... Parece ser um mal que rodeia a maioria...
Imagem forte e triste.
Tristeza mesclado de mistério e de esperança.
Belo trecho que dá para meditar.
Sim. Gostei muito de estar por aqui.
anA
Amiga da alma,
A maior solidão é deixarmos que a mesma nos tome sem que façamos nada por ela e, com ela em nós.
Faz parte da nossa aprendizagem de vida, do crescimento interior que existe e opera em nós se nos soubermos olhar no espelho e, ver, saber ser sempre.
Lindo momento este que nos proporcionas, ainda que com a força da tristeza que nos assola.
Abraço de Luz
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