São descolores as cores, secas de molhadas,
são duas luas numa só noite,
são vozes salgadas,
sabores sem voz, palavras, caladas,
são gargalhadas numa lágrima,
partida, chegada.
Despidas da vontade, são agua parada,
fonte de vida, tão morta,
finda de cor, contorno,
horizonte sem sabor
na crescente sede que me transborda.
São a morte das sementes
Traços repetidos
Cores cadentes
Sabores
Passo os meus labios nas feridas
Cerro a voz de mãos fechadas
gelo o cristal antes dos olhos
Há vida em mim, ferida, sonhada, chorada,
vivida e nascida sem hora,
há vida já morta de vidas passadas,
há sentir que não passa, nem morre,
nem se move em espirais. nas despedidas
e no albergue de vida que não é mais que vontade.
Há mais perguntas que respostas,
mais não saber que mais nada,
há uma escada em caracol,
que abre a porta às madrugadas
que me revisitam anunciando as partidas e chegadas.
Vou pintar
um quadro antigo de todas as cores misturadas,
uma cor tão viva,
só uma que me faça unica,
na minha morte anunciada.
Encho o meu peito de silencio
Remanesce por dentro
Sempre
4 comentários:
Fiquei sem fôlego de tanta inspiração que para aí vai. Uma miscelânea de opostos que se atraem e onde a confusão se mistura com a realidade. Adorei (adoro) ler-te.
Gostei de ler o teu poema.
E a vida não é mais que uma mistura de opostos, em "Há mais perguntas que respostas" como tu dizes.
Algo a dizer?
-Sim!
Primeiro o meu agradecimento pela tua força e amizade em palavras que me deixaste com tão amável sabor.
Segundo:
Fiquei sem folgo, porque sentido poema que monta e desmonta o momento em pinceladas de silêncios já não contidos.
Muita força, muita energia e tudo de bom para ti, nascente incessante de inspiração e atitude.
Recebe o meu sincero kandando e o gostinho de aqui estar.
Passa lá no meu blog tem um presente para ti!
Bj
Angel
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