10 julho 2011

Hoje partilhei contigo a mescla de cores que estes dias oferecem, os teus olhos claros brilhavam numa direcção que não sabia antecipar. Houve um instante pequeno que me apeteceu correr muito, expirar este fôlego contido que insiste em não sair.
Às vezes, esta claridade ofusca. Sabendo, canso-me de mim. Canso-me de pensar, de julgar. Sou minha inimiga em tantas horas, e se antes desmoronada e calada, atrevo-me a ajoelhar-me e a pegar em cada pedaço meu espalhado. Não sei se cresci...Não encontro o principio e as ideias são vagas soltas de um levante cinzento e demasiado claro para não o ver. 
Desconcerta-me a linearidade das frases e dos conceitos, se em mim, tudo existe numa devida e prometida desordem. A meio da vida, não sei demasiadas coisas e sei outras que julgava poder esquecer. Guardo-me em instantes desconexos. Como agora.
Na calçada passeiam-se casais de mão dada e eu penso, na viagem que me falta fazer, nos gestos mecanicos que facilitam o embaraço, na castração dos impetos, penso no ser pequeno que abraço e no sorriso que me descansa e acalenta. Penso nos fins de tarde numa mesa maior ainda, com este mar defronte e um prato de conquilhas. Penso nas parvoices minhas, são minhas por serem assim.

Dia de calmaria lá fora, de sorrisos e abraços. abraços de que senti tanta falta e, cá dentro esta voz que se cala, de teorias e conceitos, por ser urgente beber a vida.

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