07 agosto 2014


- Escreve. Fala por fim o que te cala tanto. O que esperas para te falares, gritares da omissão das palavras mudas e dos silencios que não se ouvem agora?
- Escreve. Se o sonho ainda respira com a mesma força que os ocasos se sucedem, um após outro sem que em ti nada os sustenha. Os teus dedos tremem de sede, de vontade, de medo, de fim que se avizinha enfim, recomeço?

Tudo à minha volta me parece dormente, desconexo, outrora esperançosa de uma ilusão que não cega nem entorpece, sou hoje a mesma alma, sem quase gente. Sou quem escreve, sem saber quem fala, quem cala e adormece. Sou fora de horas, sou ainda, agora. Sou quem me escreve.


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