15 janeiro 2016

Manuel Aleixo
evoco-a no remanso secreto dos meus pensamentos e na saudade de um tremendo vazio. Alinhavo estas palavras sem guião, nesta sala cada ladrilho do chão e os pequenos ruidos são ela ainda, no quarto ao lado não desfeito, olho-o e mesmo na escuridão da noite quando me encaminho para o meu como que ainda convivemos no jeito carinhoso de despedida, um boa noite! Conversamos sob o conselho eterno da sabedoria que eu não fui capaz de saborear de todo, como se tivessem esgotado as respostas para as perguntas que inevitavelmente são feitas depois. Como se ela jamais atravessasse aquela ponte num adeus sem regresso.
Hoje, seis de Abril, comemoraríamos mais um aniversário! Nunca é de mais, é sempre tempo para a clarividência de não esquecermos quem devemos imortalizar enquanto vivermos. Numa outra evocação à memória do meu herói-pai, escrevi e agora repito: “que as minhas filhas saibam recordar-me um dia, quando fôr a minha vez de palmilhar trôpegamente a laje do meu irreparável adeus”.

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