22 janeiro 2016

Pai




Um dia partirei, nada digo nem direi. 
Ao acaso sem destino e rumo incerto em noite de breu na lua ausente que não denuncie os meus passos e não sucumba no gesto.
O coração nas mãos bem firme para que não vacile e eu não me perca no olhar para alem da escuridão.
Garganta embargada e peito num aperto e já a dor de alma.Por montes ou vales ou pelos trilhos ainda nada do novo encontrei e em cada passo trôpego ou firme a lembrança chorando do que para trás deixei.Muito amor chorado ficou!Mas no caminho desconhecido talvez no dobrar da curva ao longe o sol desponte e surja o mar e para trás a montanha tão distante.À deriva um barco e eu, a maresia que me alimente e quem sabe se a leveza me reconforte.Ou naquela praia envolto na espuma reste exangue.

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