02 agosto 2011

Passaram 10 anos de um dia que se fez, de mansinho, noite escura, madrugada e amanhecer. Povoada de noites escuras e claras de não dormir, de sonhos cristalinos, de medos e vergonhas, de uma culpa e de uma verdade dificil por doer. Passaram dias opostos à sucessão de ruelas cinzentas onde me perdi, da embriaguês que me seduz, da metáfora alucinada na qual quis crer. Não me sinto diferente agora, revejo-me nas mesmas horas, prevejo a voz que me chama, que me atordoa. Ancorei-me por temer um mar onde me perderia de vez, calei-me de um grito só meu que ecoa em baforadas estrondosas, vezes demais. Sou livre agora, não sei.
Não sei o que significa tanta coisa.
Tenho sede de saber, de ouvir, mais que palavras, os sons que me tocam por dentro e são tão poucos. Da mentira, retive ser capaz de exponenciar a minha essência, da vergonha, o medo de me mostrar no reflexo espelhado que teimo em esconder. Da culpa, calei a minha arrogância em ser maior, sou pequena no que me devo, no perdão que peço ao amor verdadeiro que me deu vida, tantas vezes foi preciso.
Tenho mais medo. Tenho medo do que vejo e aprendi, tenho medo do que penso e não digo, escrevo em mim, num canto cá dentro que me dá vida. 
Não sei o que é ser feliz, não consigo, baila em mim um turbilhão de dias cinzentos pintalgados de sorrisos por nenhum motivo. Às vezes sinto-me sozinha outras, agradeço poder escolher. Não sinto como devia, penso.
As mais duras guerras são comigo.

Tenho saudades do meu amigo.

1 comentário:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Como os teus textos ma falam à alma...a felicidade são momentos, mas que por vezes se tornam eternidades de vazio.

Deixo o meu beijinho com carinho
Sonhadora