Saudade, é a voz de uma verdade emanada da alma.
Saudade é o que fica entre dois lugares ausentes e presentes
Saudade é vida, que guardamos
que antevemos
Ëntre dois lados de um mar, no mesmo momento em que olhamos no mesmo ponto
e vimos
Verdade?
Passei a ser a meus olhos uma personagem de romance. Qualquer intriga romanesca precisava de obstáculos e malogros. Inventava-os. (Simone de Beauvoir in, "Memórias de uma menina bem comportada")
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06 agosto 2009
10 julho 2009
04 julho 2009
01 julho 2009
Vou te amar sempre
O teu olhar triste, o verde que hoje chora, que não mostra mas que eu sinto. Vi-te partir de manhã que para mim ainda é dia.
Ensinaste-me o valor da simplicidade, ofereces-ma todos os dias e eu, tantas vezes contrariada, acabei por me render a ela.
Temos um caminho grande, dificil, quase brilhante atrás de nos, traçado com guerras, vitorias, derrotas, alegria e dor, suor, empenho e muitas palavras que ficaram por dizer no remoinho de todos os dias. Mas sabes, as palavras que calava, feriam.
O teu olhar triste, com que te vi partir, partiu de mim, meu companheiro de vida que tanto lutei para conjugar. Não consegui.
Nem sei para onde ir, mas preciso de ir...
Sinto que me entendes, vou estar sempre em ti, como tu habitas uma clareira linda dentro de mim.
Sou complicada, sempre me o disseste, mas eu preciso de mim...
As horas passaram, os dias, os anos, eu amei, esperei, perdoei, errei, falhei, fomos tão grandes, rimos juntos, dançamos, vivemos e hoje, olhamo-nos ao longe de mãos dadas.
Sabes, é por mim... Desculpa!
Choro por ti e por nós, pela vida. Vou te amar sempre.
Horas
Deitei-me e levantei-me.
O sol está a nascer agora. Nasceria sempre.
Estou sentada à minha porta, porta aberta, pernas cruzadas como sempre, nem sei porquê, e o meu amigo olha-me com ar de espanto.
Daqui a nada o meu dia reclama e eu, ainda desperta vou esperar por ele.
Escrevo de papel e caneta, sentada, calada e atenta. Devo o mesmo ao descanso que devo à vida. mas estas horas ensinam-me e escutam-me.
Mudei tudo e emigrei.
Não quero falar com ninguém, quero ouvir-me e saber.
Quero também eu despertar.
E, por favor, dormir a seguir, descansar!
O sol está a nascer agora. Nasceria sempre.
Estou sentada à minha porta, porta aberta, pernas cruzadas como sempre, nem sei porquê, e o meu amigo olha-me com ar de espanto.
Daqui a nada o meu dia reclama e eu, ainda desperta vou esperar por ele.
Escrevo de papel e caneta, sentada, calada e atenta. Devo o mesmo ao descanso que devo à vida. mas estas horas ensinam-me e escutam-me.
Mudei tudo e emigrei.
Não quero falar com ninguém, quero ouvir-me e saber.
Quero também eu despertar.
E, por favor, dormir a seguir, descansar!
23 junho 2009
Verdade
Centenas de palavras
Apontadas e sentidas, que pareceram antes caladas
Entraram em mim, ocuparam-me e ficaram
não sei o que sinto
sinto-me vazia
faltaram palavras para o que sinto
sobraram outras que me queimam na boca
assolam as que sobram e eram minhas
a culpa, a vergonha, o silencio que nao mereço
E eu sinto tanto.
Perdi-me da vida,
na vã tentativa de a encontrar.
Quis mostrar-me que mais vida havia
para alem desta que me havia oferecido.
Quis lutar.
A metade da minha.
Quis mudar tudo
Quis tanto mudar tudo
E nem sabia
E ontem, quando cheguei vazia ,
mais vazia do que podia não encontrei nada.
Se és o meu diario,
se serves de guardião do que mais tarde nao quero esquecer
Não te esqueças de me lembrar
Do que fui e não fui digna
Do que me é e não é devido
Da vergonha e tristeza que sinto
Da culpa que sentia e calava
Que me foi jogada a cara
Porque se julgou que eu nao via
Apontadas e sentidas, que pareceram antes caladas
Entraram em mim, ocuparam-me e ficaram
não sei o que sinto
sinto-me vazia
faltaram palavras para o que sinto
sobraram outras que me queimam na boca
assolam as que sobram e eram minhas
a culpa, a vergonha, o silencio que nao mereço
E eu sinto tanto.
Perdi-me da vida,
na vã tentativa de a encontrar.
Quis mostrar-me que mais vida havia
para alem desta que me havia oferecido.
Quis lutar.
A metade da minha.
Quis mudar tudo
Quis tanto mudar tudo
E nem sabia
E ontem, quando cheguei vazia ,
mais vazia do que podia não encontrei nada.
Se és o meu diario,
se serves de guardião do que mais tarde nao quero esquecer
Não te esqueças de me lembrar
Do que fui e não fui digna
Do que me é e não é devido
Da vergonha e tristeza que sinto
Da culpa que sentia e calava
Que me foi jogada a cara
Porque se julgou que eu nao via
13 junho 2009
Perdi!
O dia hoje amanheceu para mim, de mansinho como que querendo explicar-me o sentido do que não entendo, sentada numa pedra escura, tão bonita, de onde em volta me avistava, ao longe, quase que me acenando com um sorriso que reconheço e mais perto um som ritmado que se esbatia, cansado e perfeito. As luzes foram-se tornando mais claras, mais certas, o mar não estava zangado afinal, as ondas batiam-me e despertavam ainda mais uma dor que me rasga, que me ofusca e me faz soltar esse grito surdo que me resta em busca de mim. Como eu gosto deste mar que me guarda quando não estou...
Enquanto me garantia a verdade que sempre senti, enquanto buscava nos bolsos o que resta das certezas que me movem e saboreava a boca salgada, nesse momento, percebi o que me tenho, abracei-me com todas as minhas forças e olhei-me de frente.
Perdi!
Penso e estremeço, sinto-me à beira de uma loucura que não procurei e as lagrimas nem me acalmam, não sou dona de nenhuma palavra, não mereço, olho em volta e estou ali, ainda mais longe, fraca demais para me dizer o que é preciso, para este percurso tão certo que se tornou neste momento, quase inimigo de mim. Estive assim, parada, calada, deixei as lagrimas correrem soltas, deixei as cores e este mar tomar conta de mim, não parti, não fugi, estou aqui.
Cada passo deixou de ser meu, as palavras não são ditas, não são sequer ouvidas por mim, não as entendo, estive tão sozinha envolta em ti, nas tuas maos fortes e num silencio tão grande e, naquele momento percebi , senti a minha culpa rasgada e desnorteada, reagi, corri a seguir para onde me conheço, aqui.
Ha frases, sentidos tão guardadas, tão sentidas, o que sou, o filho que não tenho e queria tanto abraçar agora, os gestos que rejeito para me terem sem me conhecerem, as palavras ousadas que não valem nada, este mar guarda de mim um ser tão vivo que é cada vez mais o meu. O que lutei para chegar aqui, o que perdi e ganhei, o que vivi, o mais genuino que guardo, que sei e não preciso de ouvir. Porque, onde estavam, quando este grito se solta de mim? Onde estavam quando a palavra não existe para me exprimir e eu queria tanto poder dize-la o mais alto possivel? Onde estavam quando eu acordei? E me calei?
Onde estavam quando me senti a pessoa mais sozinha e pequena deste mundo? Eu própria tornei-me perita em aderir às imagens adequadas, e aprendi a desacreditar no que sempre mais houve, sempre houve, que hipocrisia a minha...
Tenho uma dor de mim que quase não cabe em mim. Não sou pequena, não fui, sou a guardiã de uma alma grande de mais para o alcance das minhas mãos que hoje percebi que se aquecem sozinhas, recuso-me a protagonizar qualquer obra de Eça de Queiroz, o caminho é meu, e sentada naquela pedra percebi que preciso de me ter de volta. Claro que vale a pena!
Não perdi, não tenho, não devo e este sentimento de querer mais bem do que o meu bem não me confunde. Algures numa caminhada serena, encontrei-me com o que me falta, o que me vê, o que entrou por mim adentro enquanto sentia que detinha esse lugar, que me fez acreditar e errar, que me fez sonhar com o tempo sem tempo, certa do meu lugar que nunca teve espaço, da anormalidade quis agora ter razão, tem razão, tem lugar, tem voz que fala e que eu entendo antes de o dizer. Tem-me a mim, ter-me-á para sempre e enquanto, mais uma onda me cala, percebo que antes deixei de me ter para me dar. Ofereci-me à calmaria e a uma brisa suave, sentida e querida que me acalmava enquanto me calava, me ofendia e fazia rir, rendida e convencida.
O quadro meu, os traços que pintei, o jardim que plantei e a convicção com que rejeitei o que não preciso, a leviandade dos gestos e do ser banal e normal, os momentos tão verdadeiros em que me despi, sozinha, enquanto o sol se punha e me aquecia e convencia, sei ser assim, os homens que passaram na minha vida sem nunca me terem tido, as palavras que disse sem dizer e as que calei por saber. Esta tela de hoje, a historia da minha vida que tatuei na minha alma rendida e agora partida, tão longe que a vejo, tão certa e minha e eu ali, sentada e adormecida e consciente, sem sequer entender. E na verdade, sei mais do que digo.
Quis pedir-te sem razão, quis sentir-te quando já não tinha, e tinha tanto medo, tenho tanto medo.
Como me assusta agora sentir-me sozinha... Como vou saber andar agora que sei mais do que me ensinei? Como me vou abraçar sabendo que parte de mim não esta aqui? que a deixei partir porque a vida me pregou uma partida tão grande ? E a minha culpa, a minha consciencia da minha pequenês, que mais uma vez, ainda sou capaz de me abandonar. porque não sei fazer de outra maneira sozinha. É injusto, é irrelevante.
É racional, normal!
Ao que partiu de mim, fica guardado, cuidado, pelo quanto quero bem, pelo que não quero mais magoar, porque, é na verdade a outra metade de mim que hei-de cuidar e amar como me amarei a mim.
11 fevereiro 2009
Não sou uma qualquer
A minha vida trouxe-me aqui!
Presa na minha rede
de dever ser
Morta na mesma sede
de querer...
Sem ter!
As verdades ardem na minha boca ainda com o mesmo sabor de outro dia qualquer, sou mulher, sou filha de um velejador e de uma menina feita de terra, sou eu, neste quase entardecer em que relembro as frases sabias que não quis entender. Sinto-me nascer em cada manhã como se me multiplicasse em mil fases da lua, como se a vida sem pressa me ditasse a urgencia de viver.
E em cada renascer, sou outra mulher.
Não sou o que Deus quer.
Não sou uma qualquer..
Sou a verdade mais simples do ser...
30 janeiro 2009
Despertar
Hoje sou guerreira, vou-te enfrentar, vou-te amansar
Nesse campo imenso onde me refugiei à chuva, cá em cima, quase tocando as nuvens, consciente da imensidao do espaço e do tempo, vou-te olhar no teu constante e provocante marejar
Vou olhar te ao longe, enquanto corro nesta descoberta de espaço crescido só para mim, na grandiosidade das cores que me envolvem, dos amanheceres do outro lado, deste alaranjado com que cresci, vou gritar o mais alto que puder e parecer tão maior do que esta serra onde me perdi
Vou encher o que esvaziamos com este amanhecer só meu
Nas minhas maos livres agora, sinto ainda o peso das reservas descobertas e revistas em palavras, em rajadas que nao sabia ouvir, mas que nao eram mais do que as minhas que antes te tinha oferecido por nem ter vivido.
Sou livre, sou forte
Tenho um mar a minha frente
Mas a minha volta despertam agora estes cheiros da madrugada, este misterio da minha propria alma esta sede de poder sem querer nunca ter, fundir-me com este nevoeiro que me reencontra e confronta.
Sou pequena, não enfrento os elementos
Amanso-me nestes momentos em que preciso de estar assim, acordada e zangada
Desperta
Reflexo
Acordei vazia... esvaziada...
Cansada..
Travei guerras, apaziguei-me a mim mesma numa noite de sono e sons incertos.
Mas adormeci.
Nesta minha luta comigo mesma, nao premio vencedores, acarinhei os vencidos, apenas
E voltei a adormecer
Apaziguada, rendida
Perdida
Não sei ser tanto assim
Não sei viver este reflexo de mim mesma
Mas a minha alma outrora dormente, desperta agora para o quadro que pintei sem olhar
pela simples razao da imensidao do ser
Estou acordada
Cansada..
Travei guerras, apaziguei-me a mim mesma numa noite de sono e sons incertos.
Mas adormeci.
Nesta minha luta comigo mesma, nao premio vencedores, acarinhei os vencidos, apenas
E voltei a adormecer
Apaziguada, rendida
Perdida
Não sei ser tanto assim
Não sei viver este reflexo de mim mesma
Mas a minha alma outrora dormente, desperta agora para o quadro que pintei sem olhar
pela simples razao da imensidao do ser
Estou acordada
19 janeiro 2009
Defeitos
Nunca me mostres os teus defeitos..
Fala-me neles, com as palavras ditadas pela tua alma viajante..
Fala baixinho mas firmemente como se me ensinasses acerca do que preciso saber!
Antecipa-te à minha perspicácia e busca incessante de razão..
Cria o imaginário do teu ser e coloca-te nele, protagoniza a verdade da historia que escreves todos os dias...
Não deixes que seja eu a escrever... Não me dês a desilusão da descoberta, o desconforto desta busca do ideal que não há! Permite-me o sonho que te faz brilhar, não mo tires!...
Ilude-me com os silencios que preencho com a minha alma avida de mais, não me desiludas com o pecado do limite...
Não me deixes perceber que te confundes na multidão manchada de cinzento, deixa-me antes glamorizar a tua misteriosa e inalcansavel existencia ... Será importante para mim...
Preciso sempre de mais, nunca de menos..
Não me mostres os teus defeitos!!!
Não me armes com a faca aguçada da destruição do sonho, não me deixes fugir daqui..
Sei que fugiria, sempre o fiz!
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