Mostrar mensagens com a etiqueta Viagem. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Viagem. Mostrar todas as mensagens

02 dezembro 2009

Namibia

Depois de um incursão forçada ao pensamento de quase toda a gente que resolveu pensar, na História, e antes de me dirigir ao Juizo, passei aqui, só para dizer que
Gostava tanto de estar ali, no meio, sem sombra, sem ruido, com as cores que ficam..



Já me acarinhei, agora vou!

13 agosto 2009

Loucos e Sonhadores

Esteve uma noite meia, meia lua, cidade meia, subi a Rua do Alecrim depois de saborear o cheiro do rio, parada e meia de vontade, inteira numa saudade que não me deixa.
Entrei. Tão bonitos os meus amigos, André, Bruno e a minha amiga que apertei nos braços mal a vi.
O sitio onde estivemos, sorrimos, loucos e sonhadores como o nome, como nós. Talvez pelas bebidas que não tomei, talvez por me sentir aquecida, rodeada de livros e amigos e da ironia daquela musica conhecida, lembrei-me de expressões do Diabo.
Falava acerca de Deus e garantia as gargalhadas que aquele daria, perante a ironia da sua criação. Seres feitos de impetos, instintos, virtudes e defeitos e a seguir, regras, normas, "Vejam mas não toquem, sintam mas não façam, desejem mas não queiram". Num momento, um por um fomos falando de nós, da loucura do que sonhamos, do sonho de enlouquecermos, de desejarmos, sentirmos, da vergonha de ser homosexual, de não querer amar, de perder quem se ama, de se amar sem poder.
A musica insistia em doer-me, reconheci de onde vinha.
Dei 2 cigarros a quem pedia, prometi que voltaria, que também eu não esqueço, pedi desculpa porque também sinto e deixei-me envolver mais uma vez naquele abraço que costumava ter todos os dias.
Até há pouco, à porta da porta onde entrava , fui ouvindo palavras, sorrindo, percebendo que não sou só eu. Somos desfocados, deslocados, com medo de arriscar tudo por sonhos que nos enlouquecem, os crimes que não cometemos mas que nos tornam criminosos, as viagens que precisamos fazer , a mesma lua que vimos, e na minha mente ainda mais estonteada , "o que estás à espera?"
" Não quero dizer a mim mesmo que não conheci porque a certa altura tive medo e não arrisquei"

12 agosto 2009

Palavras, nem mais nem menos...


Posso andar por mil lugares...
Mas foi aqui que aprendi,
É aqui onde me sinto
O que verdadeiramente sou.



Quero correr e não consigo
Permaneço imovel na escuridão
Amanheceu
E guardo em cada mão,
um laço sem tempo, nem regaço


Sinto água que se move
debaixo dos meus pés descalços
Água fria, transparente
Sem reservas
Sem me ver.


Do outro lado da lua
Vejo-me inteira, tua
Naufrago nas aguas que correm
Devolvo-me à corrente
De saudade.

11 agosto 2009

Outro Caminho

Partimos cedinho para o nascer do sol que nos aguardava mais a frente.


Chegamos a uma terra mágica, "El Rocio".
Povoação milenar, cheia de paixão, onde a história reclamou o seu lugar, onde as gentes se movem em pisadas de areia misturadas com cascos e cheiros, onde se fala mais alto e se canta.




Apaixonei-me de imediato pelo que me rodeava, como se as nossas origens se refletissem ali.
Ainda desacostumadas por um cheiro acido a estrume, mastigamos umas tostadas e apressamo-nos para o veiculo verde.
O José esboçou um sorriso, eramos portuguesas interessadas no seu modo de vida.
O Manolo conduzia e, de enviuzado, vi a paixão que o move, escrutinando nas dunas imagens, movimentos, sorridente, fazendo-nos levitar, como o Jose diria mais tarde.
Ao principio, entreolhamo-nos, parecia igual, os coelhos e as perdizes, tinhamo-nos rodeado delas a caminho do Pulo do Lobo, e o Lince escondido não havia só ali. Mas à medida que andavamos e entramos na Marisma de Donaña, os meus olhos começaram a absorver uma paisagem unica.
Jose seguia explicando-nos o significado daquele lugar, a vida partilhada em comunhão, onde o pronome possessivo tem pouco espaço, os potros seguiam as mães que nos toleravam com o olhar, caballos roceros, fortes, donos daqui, sabedores dos dissabores dos verões e invernos que os mudaram ao longo do tempo.
Ainda não vi as fotografias mas guardo as imagens na minha memória recente.
Guardo a história do Senõr Valverde que se apaixonou ao ponto de lutar, das invasões e conquistas, da ignorancia pelas enfermidades e erros consumados.
E a Señora Donaña, casada por obrigação, filha de desterros e incurias que livrou a mae das mãos implacaveis que vejo em todo o lado.
As crenças, as lendas e as viagens...
As milhas percorridas em busca de vida, paradas aqui só por um momento, de respirar...
Paramos...
A vida inundava-nos...
Aproximei-me do Manolo e, numa linguagem estranha, entendi o que vira, perguntou-me acerca da minha terra, mostrou-me imagens do lince, falou-me das tardes que passa sozinho ali, explicou-me que preciso ouvir antes de ver o rosado dos flamingos, mostrou-me os ninhos escondidos, e eu, sorri, percebi que há lugares que falam mais alto que nós.
"We are the people who rule the world"


Somos ? Não somos...

10 agosto 2009

Comigo..

Levei-me comigo, desta vez, prometera a mim mesma que não me esqueceria de mim, para além de duas malas e a musica que preciso.
As distancias, para mim, são subjectivas e nunca foram fisicas, tornei-me perita em percorrê-las num abrir e fechar de olhos, mas tambem sei tão bem distanciar-me sem sair do lugar. De vez em quando, olho em volta, e já não me vejo.
Distante e comigo, ergui os meus braços e prometi que antes de mais, me percorreria, iria explorar cada pedaço de mim, descobrir e abrir as minhas portas e caminhos mais secretos, prometi que me ouviria e em cada lugar, pararia para me ouvir e respirar. Cheguei a pensar o quão dificil me pareceria se não o quisesse tanto.
Já sabia ser bonita por dentro, como só eu sei ser e, não tenho medo de falar-me alto nisso, porque preciso, porque, entre mãos estendidas a tanta gente, percorri um caminho que me trouxe aqui, precisada de me enamorar de mim.
Aspirei o vento quente, da distancia de onde vim, via ainda um aceno calado, que adivinhei porque aprendi, em cada palavra sentida por um dia, e entrei em mim.

Longe


Longe, longe, no inicio, nos minutos, nos meus dias inundados de sol e de mãos e sorrisos pequeninos que me enchem, que me mostram a verdade mais pura..
Longe onde as horas são as mesmas mas passam sem pesar ,onde os sons se misturavam com um cansaço preenchido, em ondas quentes, carentes da minha própria verdade, onde a saudade tinha o sabor da luz e as cores me despiam de tantas razões em que me perco.
Longe, ficavam as horas.
Comigo, guardava a saudade, a tal verdade refletida nos gestos menos contidos que reaprendia a fazer, nas imagens que me fizeram crescer, nos lugares vividos onde sonhei poder andar, de mãos dadas contigo, mãos grandes como tu, como te sinto e vejo, assim, ao longe.

31 julho 2009

Férias

Praia
Pirolitos, baldinhos, pás e castelos de areia
Sevilhanas e flamenco ao anoitecer
Chambao se Deus quiser
Minha mãe e minha mana
e um sol enorme que vou levar

29 julho 2009

Matalascañas



Não há porto nem abrigo. Apenas a força do caminho e das miragens que a palavra liberta.




Mis pirolitos, vamos a jugar mucho
estos días de fiesta!!!

12 julho 2009

Camargue

Lembras-te, pai?
Dentro de mim, um vazio que nos calava, que nos quebrava e, em cada dia, mostravas-me o tanto que sabias...

Lembro-me dos cantares ciganos, do cheiro a feno molhado, dos flamingos, das histórias que me contaste com vontade de contar ainda mais, lembro-me de me deslumbrar e admirar-te, como tantas outras vezes.


Hoje, não guardo a tua face marcada e o teu olhar para mim. Quis esquecer, por magoar demais. Hoje guardo estes lugares, onde me deixaste um sinal e onde me aguardas, na minha própria caminhada que precisei adiar.
Até hoje, pai.

Sigo-te até aqui. Seguir-te-ei sempre.

Hoje sei ouvir o que me dizias, sei olhar de frente, nos teus olhos e falar-te de mim.

Hoje, vejo-te cansado, desiludido, envelhecido, mas estes lugares e este tempo, ficam comigo, foram-me dados por ti!


Quero voltar aqui.

Vou-te levar comigo.

30 junho 2009

Girassois

Quando saio da estrada de minha casa, tenho um campo cheio de girassois.
Concordam em pleno, apontam um sentido e enchem de amarelo o que dantes nem sequer via.
Hoje, pensei que nestes dias, os meus episódios fazem sentido, por isso, parei à beira do campo, aspirei e repensei.
Gosto destes dias cinzentos, gosto da serra por cima das nuvens, gosto de ver o mar azul ao longe em jeito de teimosia e gosto das gentes de cima que falam alto e claro, gosto dos apertos de mão e do pó que fica quando passamos.
Gosto da alegria.
Tenho-me sentido sujeita e inibida, oferecida a um poder que não conheço, durmo com o medo que me habita, acordo com a certeza que me encerra. Não me revejo em lado nenhum e sinto falta dos momentos cheios de mim.
Ontem ouvi a historia de uma amiga, acompanhei-a até me prometer não fazer dela a minha. Os sinais clarificam-se à minha passagem, as vozes contêm sentidos, as estradas são secundárias e necessárias e, mesmo assim, remexo-me na inexatidão dos meus gestos.
Por uma ou outra razão, não tenho expressão, adio-a em compassos garantidos de outros passos que acredito serem mais meus. Sinto-me perto de uma loucura que me desperta e aperta e dou comigo a olhar incredula para a invisibilidade desta negação.
Passei por um espelho e garanti-me ser corpórea e então?
- Mas tu não vês?!
Sinceramente, nem sei o que sinto, umas vezes encanto e outras, desilusão, entrei num remoinho de emoções e contradições que me enlouquecem e remexem e as estradas convergem em caminhos e a seguir, nem sei de mim e sei que sou muito mais. Fecho os olhos e pergunto-me se tem que ser mesmo assim.
Sou mais que trocas directas, que razões e questões, amo por dentro e lamento, lamento tanto esta ironia. Já pedi a quem seja que lá esteja, que me guie, que me ensine, sou pequena nesta altura e de enxada na mão, nem sei como começar. Quero cavar em frente, uma estrada iluminada, não quero ficar parada a cavar o meu fundo.
Ser ou não ser, por querer, olhar e não ver, e a seguir já não querer cegar e, este mar em frente, ausente que me despe e estonteia, que desconheço e revejo, que me ocupa e esvazia, e nem saberia se lhe falasse de mim. Desocupo a minha terra, onde semeei pedaços de mim.
A pergunta que me faço sem responder, calada ainda e sedenta de uma luz que me iluminava e que agora me ofusca, parada e morta por voar, neste campo amarelo em que tudo aponta no mesmo sentido.
Será que me esqueci de mim?

13 junho 2009

Parei aqui

Andei por entre milheirais, paramos tres vezes para brincar com aqueles sistemas de rega que andam a volta, brincamos as escondidas nas ervas altas e depois, perdida, encontrei uma clareira para onde se abria o rio. Parei.
Estava tão cansada que me esqueci.
Saltamos para a agua que me pareceu estranhamente limpa, e ficamos ali de molho...
O meu amigo de sempre e eu.
Como agora fui capaz de me distanciar do que me ultrapassou e sorri só por ver este ser tão mais genuino que eu. Afinal estou aqui, tenho-me aqui, não esta aqui ninguem, nunca esteve nem quero que esteja, este silencio é meu, esta calma que sei procurar e encontrar, onde uns desistem de procurar e outros não precisam e os restantes tambem encontram, reduzi-me à imensidão de uma vida que tenho em mim, acalmei-me, acenei ao longe e agradeci afinal a minha capacidade de sentir e de viver, de ser, este ser pequeno ou grande que é meu.
Não gosto das pessoas porque sou transparente ou opaca, porque não aprendi a normalizar-me, apenas aderi à normalidade da lucidez, porque não alcancei o meu porto seguro, sempre serei atraida pelo outro lado do mar, não tenho nada a dizer pelo tanto que me falta saber, não tenho nada a pedir, preciso do que tenho para me dar, o que mudar é meu, sempre foi, não tenho muito para sorrir mas sorrio, sorrio de verdade e choro ao mesmo tempo.
Este ser ensina-me e nunca me disse uma palavra, e calada sei ouvi-lo, ensina-me a parar de pedir porque alguem na vida me ensinou que não tinha e precisava.
Agora rio-me por achar que estou bem nesta parvoice mas, os meus raciocionios nunca andaram muito longe disso, meras parvoices !!!

18 maio 2009

4 estações

Enquanto as 4 estações se anunciam lá fora em espaços compassados, entre o quente transpirado e o fresco humido, sento-me na quase vã esperança de descansar, de respirar ao mesmo ritmo deste tempo que tomou conta de mim.
Abri as janelas, mais para me deixar levar onde a minha alma já está. Na primeira onda, envolta neste nevoeiro quente, parte de mim está com minha irmã, imaginei-a de olhos fechados, sujeitas ao que as mãos de quem nos amará, ditou na pretensão de nos ensinar? Como me custa acreditar nisso...
Antes de acordar, antes mesmo de chegar, outra parte ficara, encontrada, tão cheia de vida, tão despida dos ensaios desta vida, para além do mar que cruzei, partida de mim e chegada de alguem que construi, com pedaços enfeitados e coloridos, doces e amenos, tristes e melodiosos, vida em mim sem o ser.
Em frente a este mar cinzento, envolto nas pedras negras que me fascinam, apanho-as e lanço-as para longe, no mesmo movimento de cada ideia, cada sobressalto , cada guerra entre ser, viver, sonhar. É como se cada movimento me libertasse do peso demasiado, da ironia deste tempo em que os caminhos se multiplicaram e cruzaram, onde os horizontes me confundem e ofuscam, onde me debato entre a vida que existe e a que nunca senti. Transbordo de vida enquanto me adormeço, sentada agora entre dois poentes. Meu Deus, como me apetece saber rir, ou antes, descalça e cheia de crenças que nunca senti, seguir meu fado, minha vida e de mãos juntas agradecer assim.
Há vida em mim, vida chegada quando já esquecia. Quero tanto este sol que me ilumina antes mesmo de saber acordar!

24 fevereiro 2009

Regresso

O regresso foi, tal como previa. Voltar e acrescentar o que sempre trago comigo, saudar este cantinho que é meu. Olhar em volta e respirar.. Tudo está no seu lugar.
O cheiro é familiar, o pó acumulado mais ainda, o som deste silencio porque me apaixonei.
Trago uma mala cheia de pedacinhos de vida que pretendo guardar aqui.
Reentrada cheia de surpresas..

20 fevereiro 2009

Ilha

Hoje percorri esta ilha de lés a lés...
Os verdes misturam-se harmoniosamente em diferentes tons... É como se o todo fosse a soma das partes mas, cada parte em si, já fosse um todo. Em baixo, um mar imenso que nos lembra "o isolamento" desta ilha perdida e erguida aqui. Para mim, tem mais que ver com liberdade, com vontade de voar, olho sempre para o horizonte, depois de olhar as arribas.


Acho graça às diferentes leituras de uma mesma coisa... ambas bonitas e sentidas, ambas se enquadram em formas de olhar, do mesmo mar! Uma tem vivencias sofridas, outra tem paraisos descobertos em mundos já antes imaginados..


Em cada curva, guardarei sempre uma imagem nunca vista, dou por mim a sorrir com o simples respirar deste espaço... Em cada paragem, retenho os contornos das cores e das sombras numa aquarela viva... Ouço historias antigas contadas da boca de quem viveu aqui e sabe o valor de cada palavra, vejo sorrisos saudosos nos olhos de quem não esqueceu..


Imagino as lides duras destes homens que mexem a terra e guiam o gado, absorvo os cheiros das suas maos grandes e do carinho que me oferecem com o olhar. Quando posso, afago o pêlo dos eternos companheiros de pastoreio e, sigo em frente, procurando novos lugares.


Hoje parei numa cascata que. de longe já me refrescava a cara. Mais tarde aquecê-la-ia no vapor quente das entranhas da terra.


Como é possivel não olhar o mar?


Como é possivel não sonhar?

17 fevereiro 2009

Mosteiros


Danço musicas que conheço em mim , pinto telas destas paisagens milenares, enquanto percorro caminhos que se vão tornando familiares.. Relembro momentos passados em descoberta, hoje saboreio o reencontro..Como eu gosto deste sitio..

Ao virar da ultima curva, antes da descida ingreme, o meu coração acelera e aquece, de repente está à nossa frente, um quadro dificil de descrever de tão belo que o vejo.. Tem as cores todas, vibra de vida, é lindo!Ainda tenho espaço para ver um vitelinho arisco debruçado na sebe a experimentar o verde deste lado, e desço...
Quando chego, já despi camisolas que não preciso, já me enchi deste cheiro de mar e verde, desta terra de homens de mar com o cigarro apagado ao canto da boca, de ar desconfiado e necessitado, duros, sóbrios, para quem sua mulher é uma vaca de dar! Saberão um dia aconchegar a sua cara queimada nelas e mostrar o quanto sabem amar..
Aprendi com o tempo o verdadeiro sentido deste amar... deste querer em gestos frios, deste amar sossegado e verdadeiro!
Mas nem vacas nem homens... É este mar que me fascina, estas rochas negras que se erguem em contraste com cores que só aqui consigo discernir. É quase institivo... as minhas mãos no volante já não decidem , limito-me a beber cada momento que me separa dele.
Páro à entrada, só para correr na praia negra e sentir o frio da agua que acaba sempre por me molhar...
Mais à frente, a furia do mar, quebra barreiras, cria mil lagoas cristalinas e cheias de vida... Percorro cada uma com todos os meus sentidos, os meus pés escorregam sempre nas rochas verdes, e o que falta, fica molhado..
Sou tão menina em frente a este mar!
Como serei algum dia capaz de não sonhar? se sou eu mesma a fonte sedenta desta vida que me inunda e me ultrapassa? Como este mar ...
Nunca deixei de sorrir neste sitio.
Apanho pedras, escorrego, arrisco, nunca desisto, há sempre tanto mais aqui... Há sempre mais um passo que preciso de dar, a sensação que este sitio tem ainda tanto para me dar!...
Hoje, no primeiro dia de calor na minha pele branca, mergulhei os meus pés neste mar, deixei-me sentir o sol e o sal na minha cara... Deitei-me na areia preta, esqueci a imagem, esqueci o tempo que falta, esqueci quem sou, fundi-me neste espaço feito do que mais procuro, da minha sede de mais ser.
Cada vez mais sinto pressa em viver, cada vez quero sentir mais, que faço parte, que sou feita de tudo e de nada, que sou tambem filha desta terra que me abraça em cada madrugada, que me aconchega quando retorno de cada caminhada, porque volto sempre, apenas corro, páro, vejo, cresço, mas voltarei sempre... O meu regresso brinda a lição de cada dia..
Acima de mim, contam historias de outras caminhadas, passaros livres sem mais nada...
Nada mais importa neste momento tão cheio de nada!



Açores


Nesta rua branca e cinzenta, onde o vento salgado respira e encontra a brisa verde das serras.Onde ainda se ouvem acordes improvisados de jazz sobrepostos pelos sinos das igrejas.
Dois passos e encontro-me no nevoeiro molhado e quente, nos cheiros desta terra que amo, e se olhar melhor, reconheço a quem pertence...
"andei por cima das nuvens"
De sorriso aberto, em cada olhar vejo um paraiso
Vejo o mar!
Vejo tanto mar aqui...
A minha alma engrandece esta vontade de viver, agradece a grandiosidade deste sentir..
Como eu gosto desta terra!

14 fevereiro 2009

Açores





Os dias que antecipam as férias são sempre a loucura total!!


Está feito!
Amanhã, abraço o mar em busca da viagem merecida.
Já saudei o azul do mar e o verde da terra, já relembrei a paz que me invade naquela terra distante e achada no meio do mar... É tão bonita!
Encontrei lá a essencia das paisagens, das pessoas, da força dos elementos nunca deixando esquecer que dominarão sempre.. Encontrei a pureza de espirito e a vontade de vencer... Encontrei animais livres, numa terra isolada que nos ensina a querer .

Ja saudei a cascata quente no meio do nevoeiro, já vislumbrei aquelas rochas erguidas no meio do mar, a humidade que limpa a minha pele, a nuvem que brota da terra em golpes de agua fervendo, já antecipei o sabor do cozido e dos cozinhados que tenho prometido fazer..
Já quase parti, estou quase lá...



Para trás deixo apenas uma lágrima, sofrida, a breve despedida do meu amigo que deixei aos cuidados de quem sempre lhe quis bem (zangou-se comigo, o Xico está gordo)...
No meu coração fica ainda uma ferida, não entendida, sem omissão. Parto sem ficar, levo comigo tudo o que tenho a levar, tudo o que faz parte de mim. No silencio dos deuses, desta vez não sei ouvir!
Corri milhares de quilometros, levo a consciencia tranquila de tarefas realizadas, levo o carinho da recompensa de um esforço que se desvanece no contentamento desta liberdade.
Levo apenas o que me pertence, uma mala cheia de mim!
Amanhã, hoje, já lá estou!




04 fevereiro 2009

Açores

Não treme,
fez-me tremer por dentro
Não cospe fogo,
Incendeou a minha alma
E acalma

Neste sitio, nestes lugares,
reconheci a verdadeira dimensão humana
E deixei entrarem em mim as cores
Os sabores
E os odores deste pedaço de Paraiso no meio do mar.

E há as pessoas, orgulho de uma vivencia sofrida


31 janeiro 2009

Saudades

Morro de São Paulo - Brasil


Saudades!

16 janeiro 2009

Liberdade



Ontem andei muito, fui ao Algarve e vim, acompanhada de mim e da adrenalina de querer e conseguir..
Choveu sempre, fez frio e só raras vezes pude ver a imensidão da serra, o nevoeiro cegava-me a maior parte do tempo.
Voltei cansada, farta do ruido irritante do limpa para brisas, mas contente mais uma vez, pela conquista, pelo reencontrar de pessoas com coisas para dizer..
Acrescentei conhecimento, saber, que preciso, que gosto... A formação das rochas, a intemporalidade da natureza que nao vemos mudar ao longo dos milenios, porque é infinitamente maior que nós, que ainda por cima, pretendemos domar o que nos transcende.
Granito negro, 700 eur o metro quadrado?