13 junho 2009

Parei aqui

Andei por entre milheirais, paramos tres vezes para brincar com aqueles sistemas de rega que andam a volta, brincamos as escondidas nas ervas altas e depois, perdida, encontrei uma clareira para onde se abria o rio. Parei.
Estava tão cansada que me esqueci.
Saltamos para a agua que me pareceu estranhamente limpa, e ficamos ali de molho...
O meu amigo de sempre e eu.
Como agora fui capaz de me distanciar do que me ultrapassou e sorri só por ver este ser tão mais genuino que eu. Afinal estou aqui, tenho-me aqui, não esta aqui ninguem, nunca esteve nem quero que esteja, este silencio é meu, esta calma que sei procurar e encontrar, onde uns desistem de procurar e outros não precisam e os restantes tambem encontram, reduzi-me à imensidão de uma vida que tenho em mim, acalmei-me, acenei ao longe e agradeci afinal a minha capacidade de sentir e de viver, de ser, este ser pequeno ou grande que é meu.
Não gosto das pessoas porque sou transparente ou opaca, porque não aprendi a normalizar-me, apenas aderi à normalidade da lucidez, porque não alcancei o meu porto seguro, sempre serei atraida pelo outro lado do mar, não tenho nada a dizer pelo tanto que me falta saber, não tenho nada a pedir, preciso do que tenho para me dar, o que mudar é meu, sempre foi, não tenho muito para sorrir mas sorrio, sorrio de verdade e choro ao mesmo tempo.
Este ser ensina-me e nunca me disse uma palavra, e calada sei ouvi-lo, ensina-me a parar de pedir porque alguem na vida me ensinou que não tinha e precisava.
Agora rio-me por achar que estou bem nesta parvoice mas, os meus raciocionios nunca andaram muito longe disso, meras parvoices !!!

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