13 agosto 2009

Loucos e Sonhadores

Esteve uma noite meia, meia lua, cidade meia, subi a Rua do Alecrim depois de saborear o cheiro do rio, parada e meia de vontade, inteira numa saudade que não me deixa.
Entrei. Tão bonitos os meus amigos, André, Bruno e a minha amiga que apertei nos braços mal a vi.
O sitio onde estivemos, sorrimos, loucos e sonhadores como o nome, como nós. Talvez pelas bebidas que não tomei, talvez por me sentir aquecida, rodeada de livros e amigos e da ironia daquela musica conhecida, lembrei-me de expressões do Diabo.
Falava acerca de Deus e garantia as gargalhadas que aquele daria, perante a ironia da sua criação. Seres feitos de impetos, instintos, virtudes e defeitos e a seguir, regras, normas, "Vejam mas não toquem, sintam mas não façam, desejem mas não queiram". Num momento, um por um fomos falando de nós, da loucura do que sonhamos, do sonho de enlouquecermos, de desejarmos, sentirmos, da vergonha de ser homosexual, de não querer amar, de perder quem se ama, de se amar sem poder.
A musica insistia em doer-me, reconheci de onde vinha.
Dei 2 cigarros a quem pedia, prometi que voltaria, que também eu não esqueço, pedi desculpa porque também sinto e deixei-me envolver mais uma vez naquele abraço que costumava ter todos os dias.
Até há pouco, à porta da porta onde entrava , fui ouvindo palavras, sorrindo, percebendo que não sou só eu. Somos desfocados, deslocados, com medo de arriscar tudo por sonhos que nos enlouquecem, os crimes que não cometemos mas que nos tornam criminosos, as viagens que precisamos fazer , a mesma lua que vimos, e na minha mente ainda mais estonteada , "o que estás à espera?"
" Não quero dizer a mim mesmo que não conheci porque a certa altura tive medo e não arrisquei"

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