20 fevereiro 2009

Ilha

Hoje percorri esta ilha de lés a lés...
Os verdes misturam-se harmoniosamente em diferentes tons... É como se o todo fosse a soma das partes mas, cada parte em si, já fosse um todo. Em baixo, um mar imenso que nos lembra "o isolamento" desta ilha perdida e erguida aqui. Para mim, tem mais que ver com liberdade, com vontade de voar, olho sempre para o horizonte, depois de olhar as arribas.


Acho graça às diferentes leituras de uma mesma coisa... ambas bonitas e sentidas, ambas se enquadram em formas de olhar, do mesmo mar! Uma tem vivencias sofridas, outra tem paraisos descobertos em mundos já antes imaginados..


Em cada curva, guardarei sempre uma imagem nunca vista, dou por mim a sorrir com o simples respirar deste espaço... Em cada paragem, retenho os contornos das cores e das sombras numa aquarela viva... Ouço historias antigas contadas da boca de quem viveu aqui e sabe o valor de cada palavra, vejo sorrisos saudosos nos olhos de quem não esqueceu..


Imagino as lides duras destes homens que mexem a terra e guiam o gado, absorvo os cheiros das suas maos grandes e do carinho que me oferecem com o olhar. Quando posso, afago o pêlo dos eternos companheiros de pastoreio e, sigo em frente, procurando novos lugares.


Hoje parei numa cascata que. de longe já me refrescava a cara. Mais tarde aquecê-la-ia no vapor quente das entranhas da terra.


Como é possivel não olhar o mar?


Como é possivel não sonhar?

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