12 julho 2009

Camargue

Lembras-te, pai?
Dentro de mim, um vazio que nos calava, que nos quebrava e, em cada dia, mostravas-me o tanto que sabias...

Lembro-me dos cantares ciganos, do cheiro a feno molhado, dos flamingos, das histórias que me contaste com vontade de contar ainda mais, lembro-me de me deslumbrar e admirar-te, como tantas outras vezes.


Hoje, não guardo a tua face marcada e o teu olhar para mim. Quis esquecer, por magoar demais. Hoje guardo estes lugares, onde me deixaste um sinal e onde me aguardas, na minha própria caminhada que precisei adiar.
Até hoje, pai.

Sigo-te até aqui. Seguir-te-ei sempre.

Hoje sei ouvir o que me dizias, sei olhar de frente, nos teus olhos e falar-te de mim.

Hoje, vejo-te cansado, desiludido, envelhecido, mas estes lugares e este tempo, ficam comigo, foram-me dados por ti!


Quero voltar aqui.

Vou-te levar comigo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tia sandra(posso tratar-lhe por tia sandra certo?)agradeço muito por o comentário.só queria perguntar a mariana tem falado de mim?

ArteBela disse...

ola amiga adoro ler os teus comentarios tansmitem paz calma e principalmente muito conhecimento da vida, continua amiga gosto de ti assim