25 dezembro 2009

Eternidade

"Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterno até ao fim. "

José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"

1 comentário:

Luz disse...

Lindo! Gosto muito de José Luís Peixoto, excelente escolha amiga!
"...os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterno até ao fim."
É isto mesmo, foste e, és sempre...

Abraço com muita Luz