30 dezembro 2009

Instantes

"Se eu pudesse novamente viver a minha vida,  
na próxima trataria de cometer mais erros. 
 
Não tentaria ser tão perfeito, 
 
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido. 

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.  
Seria menos higiênico. 

Correria mais riscos,  
viajaria mais, 

contemplaria mais entardeceres,  
subiria mais montanhas, nadaria mais rios. 
 
Iria a mais lugares onde nunca fui, 
 
tomaria mais sorvetes e menos lentilha, 
 
teria mais problemas reais 

e menos problemas imaginários. 
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata  
e profundamente cada minuto de sua vida; 
 
claro que tive momentos de alegria. 

 
Mas se eu pudesse voltar a viver 

trataria somente  
de ter bons momentos. 

Porque se não sabem, disso é feita a vida, 
só de momentos;  
não percam o agora. 
 
Eu era um daqueles que nunca ia 
 
a parte alguma sem um termômetro, 
 
uma bolsa de água quente, 

um guarda-chuva e um pára-quedas e,  
se voltasse a viver, viajaria mais leve. 



Se eu pudesse voltar a viver,  
começaria a andar descalço no começo da primavera 
 
e continuaria assim até o fim do outono. 
 
Daria mais voltas na minha rua, 
 
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, 
 
se tivesse outra vez uma vida pela frente. 
 
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo" 



Este texto, dos que guardo com carinho fica aqui agora, comigo.
A maioria, atribui a autoria a José luis Borges, tal como nas escolas nos presenteiam como exemplo de um livro de Ruben Alves.
Na verdade, este texto correu mundo, ouvi-o em bocas bonitas, em volta de uma fogueira, e sua autora uma desconhecida poetisa, de nome Nadine Stair, que o publicou em 1978, 8 anos antes de Borges falecer.
Por erro crasso de jornalismo, foi assim que o ouvi
Instantes
Instantes
Não interessa, é bonito e diz tanto! 

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