08 junho 2010

Intervalos de Confiança...

Cada pedaço do meu corpo chama. Canta o passado abraçado de força e essência, chora a agua que me passa, grita feroz o presente por entre as horas que me deixo. Lançam formas desconexas as palavras medianas de aceitação. Estou tão longe que me vejo, lembrada das madrugadas que batalhava apenas comigo, guerreava os medos no meu sangue, calava horizontes percorridos, sonhava noites mal dormidas, de um viajar colorido pelos cantos do mundo. E as pedras, as pedras feridas nos meus pés, sangram de pedido que me não esqueça, que me envolva da natureza, mais que ornamentos ou vestidos.
Sai porta fora, fui abraçar o vento, sentir agua desperta na minha cara. fui correr num campo cheio de vida, fui brindar comigo de orvalho e esperança, fui-me dizer que estou certa, de tão errada me lembro. Este instante, entendo-o pela força do meu querer tanto, como se todas as coisas invisíveis e perdidas rumassem comigo, chamando. 
Queria ter alguém aqui, agora, este instante, que brindasse comigo, erguesse uma taça ao tempo, à esperança, queria poder dar um abraço enquanto chorasse e risse, queria ser genuína por um momento. Foi uma guerra tremenda, contra a inercia que o medo me oferece, contra a linha doente de mais não se  pretender.  Uma luta mais comigo que com as palavras que me não sentem. Tem sido instantes plenos de pensar tanto, de desacreditar no segredo guardado nas minhas mãos, nos passos a medo por um caminho que vai deixando ao longe, as luzes feitas ancora, as gentes enfeitadas de caricias tropegas e sem vida.
Queria ser voz a forma como as minhas mãos tremem, e este sorriso que me ofereço, consigo, sinto-me, dorida de uma força que me pede mais que isso. Fui capaz, sou capaz se acredito!

7 comentários:

Anónimo disse...

Olá, continuo a visitar-te muitas vezes e fico sempre com uma sensação comovente e de um certo fascínio pela tua escorrência e intelecto. Normalmente os homens temem mulheres muito profundas mas eu tenho mesmo uma certa atracção pelas tuas palavras. Tens muitos rasgos brilhantes de eloquência mental...e gosto das tuas musicas.
Visita-me no terminalfive.wordpress.com

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida
Como as suas palavras falam de mim...sentimentos vividos...sem voz.

Deixo um beijinho

Sonhadora

Anónimo disse...

Cheguei aqui e emborrachei-me de palavras formosas.Espero que no dia a dia vá resolvendo as contradições que nos querem esmagar.Com a idade,vai-se ganhando em sossêgo,aqui lhe deixo essa esperançadora notícia.Um beijo!

Moi disse...

Passa no meu cantinho tenho presente para ti.

Beijo
Angel

Menina do cantinho disse...

Olá
Sei que tenho estado ausente, com muita pena minha.
Mas deixo-lhe um miminho no meu cantinho

Beijinhos

Guma disse...

Milhita,
Há aqueles que entendemos melhor e outros menos bem.
Porquê me pergunto?
As respostas são muitas, demasiadas mesmo. Mas uma me encaixa na perfeição, "sintonia com a tua sensibilidade", depois a forma, a colocação e maneira tão natural como observas o que te rodeia, a natureza as pessoas e a ti mesma!
Bom ter estado aqui. Tudo de bom para ti!
Kandandos meus.

Manuel disse...

Já tinha saudades deste encanto de me deixar ir embalado nas suas palavras.
Já o disse, mas vou repetir, consigo na sua prosa encontrar a melhor poesia que me é dado ler.

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