27 abril 2009

Diogo

É apenas e só um desabafo, provavelmente deveria pegar no telefone e ligar para uma linha que não existe, daquelas onde deve haver sempre uma voz amena com um script pouco entendido e resultados questionaveis. Ou então, falar alto e marcar a minha posição. Vale o desabafo.
Aqui tão perto de mim, sempre ao meu lado, existe uma mente pequenina, cheia de vida e de saber. Não sei como foi, mas é assim. Os olhos dessa menina, sempre despertos antecedem o precisar de entender. As perguntas desconcertam assim como a sabedoria de quem ainda falta viver. Respostas dignas e lógicas misturadas com um sorriso lindo e a arte de me mostrar a verdade mais pura de ser.
Vejo-me nessa alminha, vejo a dor que parece maior, vejo a alegria de vida, parece uma luzinha ao meu lado.
Depois existes tu, outra alma diferente, de quem ja gostava antes mesmo de conhecer. Com uns olhos de mar, o mesmo olhar, mas diferente daquele em que me vejo. Eramos estranhos com estatuto por definir, e eu inventei formulas quase mágicas para nos entender. Serei sempre mais que tudo, tua amiga.
Hoje, mais uma vez, vi de longe uma estrada onde te vejo e parece-me saber onde vai dar. Também me parece que existe atras de ti um jogo quase viciado, feito de culpas e monólogos que te alimentam nesse caminho. E, no entanto ainda agora aprendeste a andar.
Não sei o que te dizer. apetece-me dar-te uma chapada e um abraço a seguir. Ao contrario, não seria verdadeira, nem gostaria tanto de ti. Hoje aceno ao meu passado em jeito de gratidão por gestos impostos e o espaço onde as minhas palavras nunca tiveram lugar. Aqui não pode haver culpa nem cumplicidade. Esta estrada tem que ter gente de força, e os teus passos orquestrados num sentido que já devias saber querer.
Não te queria perdido, sou só tua amiga, vou sempre ser, mas não consigo ser passiva nem calar-me e ficar a ver. Perderes o horizonte que me dá vida, a força do meu querer, o encantamento que mexe comigo, querer saber, querer sempre saber. E tu nem sabes o que falo, quando falo contigo mas ja vi nos teus olhos vontade de saberes.
Hoje sou capaz de me sentar as escuras, no chão frio e inundar-me de recordações, de luzes, de sonhos, sem me enebriar de evasoes. Conheço sitios, tinha medo mas quis sempre viver, corri estradas sagradas e outras onde a podridão me invadia; em qualquer um, senti-me em casa. Nunca desisti de procurar, e sei viajar sem nada. Queria tanto que percebesses!!!
Queria que um dia, no mesmo chão frio e na maior escuridão visses uma luz à tua altura, muito maior que a minha, feita das tuas maos...
Tenho esperança, só isso!

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