19 abril 2009

Teste

Ontem, depois de ouvir o meu nome num corredor enorme e cheio de gente, entrei e sentei-me numa cadeira de uma sala de aulas. Sentei-me junto à janela e a primeira coisa que reparei foi na vista fantástica sobre a Leziria do Tejo e num pardal pousado numa caleira. Respirei fundo e, numa fracção de segundos apelei aos Deuses a calma que preciso, desliguei-me do mundo falante lá fora e, encarei uma personagem tipica de professora que ditava palavras sabedoras acerca da forma como nos deviamos comportar.
Preferi voltar a fixar o pardal enquanto uma distancia de tempo quase eterna, distava do momento em que umas poucas folhas brancas aterravam à minha frente.
Chegava o momento de testar a minha "Cultura Geral" e, ainda tive tempo de me lembrar das ultimas palavras carinhosas de minha encarregada de educação acerca da promessa de não se zangar comigo se tivesse má nota. A questão é outra. É uma vontade de aprender que me prende à vida e ainda quem sabe, a satisfação de me dizer ainda capaz.
Numa fracção de segundo, acarinhei-me em silêncio e de seguida, lia 3 páginas de perguntas enquanto a personagem divagava acerca da forma de preenchimento dos quadradinhos de resposta e ouvia perguntas desnecessárias vindas de umas mentes decerto mais calmas que a minha. "Devia ter trazido uma lapiseira, se me enganar, parece que é grave" !
Outra personagem ainda mais aprofessorada mostrava um semblante preocupado não sei com quê e não vi mais nada porque, depois de umas tantas cruzes certeiras e instintivas, a pergunta 8 tornou-se maior; quem raio é este Coubertin? Em vez de uma cruzinha, fiz uma bolinha e segui em frente.
Entre ruidos de fundo, o frio das minhas mãos e a construção de novas caligrafias por forma a caberem nas impiedosas 10 e 15 linhas, passava da hora quando voltei a olhar em frente, dormente e mais calma do que esperava.
O Homem com ar de professor, esboçava um sorriso esforçado entre uma nuvem de pelos em volta da boca. Entreguei-lhe as minhas folhinhas , com a palavra Cobertin na boca calada, sai em silencio, vesti a capa que preciso quando me sinto assim e desci umas escadas muito mais iluminadas do que aquela sala de onde se vê por inteiro e espero ter deixado de mim o que sou.
Está feito, esperavam-me dois sois lá fora.
Pierre de Frédy Coubertin - 1863-1937- mais conhecido pelo seu Titulo Nobiliarquico de Barão de Coubertin, foi um pedagogo e historiador francês, tendo ficado para a história como o fundador dos Jogos Olimpicos da era moderna.

1 comentário:

Fernando Vasconcelos disse...

E pela máxima hoje infelizmente passada a segundo plano "O importante é participar não é vencer"