03 junho 2009

Tudo e nada me faz falta

Não sei se quero que alguem saiba ou sequer entenda, não sei se me faz falta que alguem me ouça ou me diga o que pensar, não sei se em mim, esta capacidade quase continuada e construida de não precisar, já antes me definira assim. Sei que aos meus ouvidos as minhas palavras não soam como os mesmos sons de alma que sei falar comigo, calada e desperta. Sei que o reflexo detorpado e alterado é muito pouco da verdade que sinto, que sempre senti, que me faz despertar viva e reconhecer-me noutro espelho frio e cadente e tão mais transparente.
Não sei se aos meus olhos, na verdade, a verdade tem retorno. Não sei se vivo antes um qualquer jogo de marca desenquadrada onde nem me encontro nem me ouço. Não sei ser assim.
Vejo um olhar que adoro, perdido e desfigurado que sente o mesmo e que tambem sabe rir, vejo outros dançantes e figurativos, perdidos que naõ fazem mais que falar. Porque haveria eu de falar assim ?
Tudo e nada me faz falta, enchi a minha cara do fresco da noite, varri a raiva que nem quero e encontrei a força aqui, neste pedaço de lua, neste recanto que é meu, que eu construi, sem espaço nem tempo mas tão reflexo de mim.
Estive fraca, sujeita ao medo do que vivo e mesmo assim, estive aqui.
Estou forte agora e afinal, algo mudou?
Preciso de mais ? Preciso que alguem me diga?

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