28 novembro 2009

Parte II

Renovada esta noite escura, pronta para me entregar de corpo e alma à minha aposta...
Triangulo de palavras, quem me gera, quem nos gosta, dois cantos do mundo, "para quê prosseguir nos caminhos que já conhecemos? se nos compete a ordenação do caos?"
O calor de uma barca que apanhamos no ultimo instante em direcção aquele momento em que tudo pára, o mundo se detém em meia dúzia de pormenores que um simples olhar eterniza. As silabas conjugadas em lembranças que temos em conjunto. É engraçado se agora entendo que a ti retorno sempre, pai...  Em silencio, em guerra, guardamos as mesmas imagens que partilhamos, madrugada adentro, com o sentido omisso e ouvido.
És o reflexo da batalha comigo mesma, és o meu ponto de partida, a minha fonte, és a minha guerra, a minha barca, velejador de vida. Entendes em silencio, espicaças-me parada... És um roteiro de estrada, daquelas que não se estudam, vivem-se.








O retorno não é nada, vale a caminhada, valem as cabeçadas e o medo que me larga, que me alerta. Tenho tanto em mim para dar, tanto...
Tenho um olhar pequeno, na noite passada, zangada, o meu sitio é onde me encontro, onde me sinta plena.
Amo mais que a vida, basta-me isso.
Embrenho-me agora nas minhas conquistas, acarinhada pelo meu amigo de sempre.
Estudar, conhecer, aprender, inundar-me de vida.
Tenho dois braços, duas mãos, três manias e um cérebro que não pára. Tenho medo de ser, tenho coragem para enfrentar, tenho-me a mim desconhecida, tenho sede de vida.
O que fica agora? Uma piscina de rochas adormecidas com uma barca ao longe e peixes amarelos à minha volta.

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