Hoje, senti vontade de pedir...
Sem palavras nem orações, deixei entrar na minha janela um rasgar de vento salgado, uns olhos grandes que choram,espigas de vida ferida, o som dos caminhos agrestes, numa descida veriginosa em direcção ao ocaso. Mesmo de mão fechada sou pedinte em silencio.
Peço por cada pedaço de embaraço que não se me conjuga numa fé dormente.
Peço uma lágrima que alivie os corações apertados, peço que o meu abraço tenha a magia de transpor o espaço e de chegar a tempo de ser sentido.
Hoje, descalço os sapatos e percorro a maré vazia de encontro à crença que nos embala.
Peço à Senhora da Pedra, que aqueça este dia, que solte os cabelos e enfeitice a noite e que dancem em volta do tempo, até que desperte outro dia.
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