11 novembro 2009

Sedimentos



Erguidos sedimentares ancestrais, cheios de vida brotada dos horizontes profundos da terra.
Molhados de tão quentes, empedrados bordados em serras viventes..
Os sons são mais que orquestras e quadras, são as imagens que me fazem dormente.
Hoje, sonho-os renascentes em agua serrana.
Tão perto de um passo lento que se prolonga, como que saboreando esta terra sedenta de almas que mais vêem, na caminhada, sinto o sabor salgado das madrugadas, sinto a face aquecida pelas cores refletidas no que me faz viva.
É aqui que repouso acordada, hoje.

Ouço o crepitar dos castanheiros e as urzes espalhadas na sombra, ouço o voar de pássaros distantes que ecoam os sons do vento por entre as casas. Ouço o silencio...
A serra embalou-me por detrás dos montes  e sussurrou-me a voz do zelo dos sentidos despertos.

2 comentários:

Manuel disse...

Ao ler estas palavras que se encadeiam de forma tão harmoniosa, nesse bucolismo, fico extasiado.

Sinto a poesia que brota de forma tão suave, que me enche o corpo e me conforta a alma.

Obrigado por estes momentos.

Luz disse...

Amiga,
As tuas palavras conseguem embalar-me nesta torrente de sentidos plenos de uma harmonia musical, de uma leveza e suavidade que ecoam nos ouvidos de quem ouve e fixam-se nos olhos de quem lê.
Escrita da alma com alma que brota de ti e em nós repousa num suave sussurro...

Estes momentos são plenos de ti.

Abraço com e de Luz