06 novembro 2009

Ciclo




Os frutos recolhem à terra, é ancestral este ciclo de vida que se renova. A paz está no renascer de diferente forma, na essência que me percorre. Vidas e mortes numa só existência não finita.
Lembram-me os contos de infância que, de coloridos, renascem em formas de entendimento, pautados pelas passadas nunca gastas de vivência.
Cada madrugada é nova, encanta-me a capacidade de reinvenção do sentir imutável.O meu entendimento é multicolor nas histórias iluminadas de tempo e silencio, e de mim, repousam as imagens de fascinio por nada entender, no fundo. Não sabendo, vivo, num querer mais fundo que o conhecimento.
Porque vejo, nos meus olhos sismados, fascinados, a imensidão multiforme das faces que encerram os elementos.
Quebro-me em pedaços, refaço-me, cego-me do que por momentos foi mais que luz e aguardo, corpos astrais viajantes, não cadentes, explosões de cor.
Sentada, lembro as palavras de Neruda: "Amar não tem fim nem morte, nasce-se e morre-se de tanta vez que se vive."

2 comentários:

Sonhadoremfulltime disse...

Amiga,
Que belas palavras de reflexão tal como num conto cantado monocordicamente da nossa infância.
"Amar não tem fim nem morte, nasce-se e morre-se de tanta vez que se vive."
É verdade amiga… Pablo Neruda tal como nós e não o sabendo, viveu, num querer mais fundo que o conhecimento.
É de deixar calar bem fundo as tuas palavras.
Gostei muito! Parabéns por esse seu sentimento.

Um abraço

Luz disse...

Amiga,
Quantas vezes evoco Neruda que faz parte da minha vida, por isso, quando disse que "Amar não tem fim nem morte, nasce-se e morre-se de tanta vez que se vive", é a pura realidade, mas Neruda viveu esse querer tão fundo e profundo do conhecimento que buscamos, caso contrário não teria deixado os escritos que deixou reveladores de uma sabedoria que só quem vive e conhece e, ao mesmo tempo assume que não conhece querendo sempre conhecer mais pode dizer o que ele disse e, que para alguns ainda é confuso, mas os seus livros dizem-no e, nós na nossa "pequenez"
vamos decifrando..., vamos nascendo e morrendo em cada momento que vivemos..., amamos sem fim, nem morte, simplesmente amamos porque amar é isso mesmo...

Abraço com luz