24 novembro 2009

Instinto III

Vou lavar a minha cara, pintar-me de branco
branco transparente
branco luzente, nascente.
Pular para um circulo de corda no chão
e com um canivete pequeno
marcar um território.
A seguir, ergo o meu braço
e em cada lanço, conquisto mais espaço.

Vou-me embalar
Não quero um abraço
Quero mais que isso, sou mais que isso
Quero o mundo inteiro
Quero o mar revolto, sem treguas, sem marés
Quero o fogo e o orvalho
Quero o medo e o silencio
Quero tudo ou não quero nada.
Quero um olhar que me soe,
unica, especial, capaz de mudar, capaz de ser
por inteiro, nascente, poente, vivente, presente.

Vou inundar-me de mim
do que em mim nasce e morre
vou encarar o meu reflexo no horizonte
contorno, alcance
Tapar os meus olhos de cabra
e estender as mãos.
Encontro? Existe? Há?

Vou-me despir da restea do meu entendimento
Dar tres passos em frente
tocar na pedra mais negra
e deixar-me destapada, descalça e quente.

Vou ensurdecer
Quero ensurdecer
Quero ser, tal como agora
Viva, sentida, nascente.

2 comentários:

continuando assim... disse...

inunda-te de ti .... sempre :)

lindo
bj
teresa

Luz disse...

Amiga da alma,
É isso mesmo, tens de te inundar de ti até transbordares, até todo o teu querer ser aquilo que és e, só podes ser nessa essência pura de ser vivente, despida, sentida em ti viva, nascida e renascida!

Abraço de Luz