24 abril 2010

Quem não me dera saber da vida,
crer num violino antigo que ensinasse
Quem não teria promessa vã
que aprouvesse ou desgraçasse?

Quem seria se o não fosse, outra margem
por um dia
Quem não quisera a razão, sem uma vénia, questão
Quem chorasse, sentiria, silencio tanto nas mãos?

Perdão à vida, 
Ouvir-se-ia
um rasgo mais que um brilho
terra solta, exaustão.

Houvesse quem não me desse mais que um lampejo,
uma voz rouca, 
sem norteio e ofensa, sem o desbrilho das teses
Sem caves flamejantes de orquestras
Um ruido que se ouvisse,
que não fosse senão gemido
Um não ser cheio de brilho
carvalho robusto somente.

Quem não fora, que aprendesse
o vaguear brando de um pendulo
Sesmaria, maldizente
Fumo negro, feito branco

Houvera ainda o silencio e raiar de desencanto
manhã clara, nevoa minha
e um sopro mais que uma vida
um momento, se mais não fora.

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