17 maio 2010

Alba


Porque chorariam as calçadas se a terra treme de um alento desperto?
Se os pássaros pousam num conto eterno, nos contornos que o ensinamento subtrai à razão? 
São gestos, motes de sentido que o tempo perpetua. 
Julguei saber das histórias, capaz de encenar na memória o que a mente me roubaria.
Aprendo, nos gemidos de cada lágrima fria e num sorriso que só desponta ao raiar da madrugada, que sou pequena perante o que sinto, sou vida, despida do que não me avista, sendo estrada ou um breve instante,  simplesmente me guardo num horizonte de sentido.
Desperto-me do filtrar de mim.
Não há estação na minha hora, há uma eterno amanhecer que sonha.

1 comentário:

Moi disse...

"Não há estação na minha hora, há uma eterno amanhecer que sonha."

E nada melhor que sonhar... nunca pares de sonhar! Como dizia o poeta, sonhar comanda a vida!...

Beijos de boa semana
Angel