15 fevereiro 2010

"O importante não é o dinheiro, a fama nem sequer a glória, o importante é aprender a sofrer"



Ainda estou aquecida do enredo que escolhi. Tinha tudo o que pedi, era uma história de amor, amor mesmo de não poder ser de outra maneira, de olhares e pés descalços. Tinha a cidade, as ruas, as avenidas, tinha Alfama e a Graça, tinha nascer e renascer, tinha o cheiro de Lisboa, tinha um cão pequenino, e amigos que falavam várias linguas em unissono, tinha teatro e vida, e avenidas rodeadas de jardins. Tinha o Adamastor e o Panteão e citações de Nietzche, tinha pormenores...
Ao meu lado havia casais e as eternas pipocas, e riam e eu chorei, não de tristeza mas de qualquer coisa, dobrada e abraçada aos joelhos, sai de mim até mim, vivi uma história.
Tinha a minha lingua quente, tinha dois corpos alienados e dançantes na rua.
É meio maricas, eu sei, era o que precisava, foi o mar e o cheiro que ele emana.
Sózinha na sala escura, derreti-me de sentimentos bonitos, quis tanto viver a minha historia, assim.

Não sei se existe, se é assim, sei o que me impele e desnuda, sei o possivel que é a loucura, sei de fim e noites escuras mas vivi este filme, como manhã submersa e tarde vindoura. Seja loucura ainda assim, senti-me tremer, senti a minha cara molhada, numa fila só minha e esqueci as pipocas e os risos.
Precisava desta história, só isso!

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