18 abril 2010

Há tanto tempo que não avistava ao longe o nascer do dia, uma claridade de uma cor sempre nova que me desperta mais ainda. Entre os sentidos já meio adormecidos e a atenção no caminho que me depende, porque em volta há silencio, acompanhava-me de musica e da minha voz baixinho.
Ao meu lado, um assento vazio, não sei se merecido, se a restea do caminho que é meu conhecido há tanto tempo. Pergunto-me porque gosto ou não me importo. Não sei. Estranho as conversas entre cálculos que me ocupam acerca de temas que ou nem conheço ou não me interessam. O que sinto falta é de aprender mais ainda, dizer antes que não sei e deixar entrar em mim as histórias que nos erguem. O que sinto falta é do sim e de não ser só eu a dizer o que valho, que mesmo ouvindo, não sendo vista, é aparente, é pelo meu jeito de ser, nada mais que isso. O que sinto falta é de ser ouvida sem uma palavra, de ser pensada. O que sinto falta é desta fé que ainda tenho, da consequência dos sentidos mais fortes que as equações. Sendo metade, olho em volta, e cego-me nas mãos.
Moida, percebi as probabilidades, chateei quem precisei, senti mais falta ainda, mas percebi, vejo-as em todas as coisas, são mudanças de universos que perspectivam diferente. E hoje é Domingo, e enquanto olho em volta, faço que não me interessam os casais que conversam com o olhar. Retorno e prometo-me que está tudo bem, o silencio do telefone, alterna com um molhinho de gente que me vai sustendo a voz, com quem brinco, companheiros de um caminho que é preciso. 
Depois vem o amigo que lhe doi ter feito por si, e o reverso que numa hora me convence que não precisa de ninguém, e eu digo que sim, que ela é uma grande mulher, que os homens sentados na margem de lá, não pecam, não erram, sabem tudo, e nós pequeninas, tropeçamos em tudo, e eu digo que sim, que os nossos mundos são insondaveis e intransponiveis e que se fossemos vistas não era assim. Conversa, conversa, na verdade, o que eu gosto é muito dela e estarei sempre ali ao lado, para o que der e vier. O resto é conversa, não sei nada, já não sei.
E agora, abri os livros que me trouxeram aqui, e no fim do dia, vou passear com os meus amigos, para um lugar qualquer que valha o que mereço.



1 comentário:

Menina do cantinho disse...

Apenas deixo um abracinho recheado de muito carinho.

Beijinhos