24 outubro 2009

Liberdade

Fui criar rendimento, investir no que me importa, munida do meu cartão de crédito, fui comprar livros. De um intento, fiz uma hora, absorvida em textos novos, livros que gostava de ler, conversa com o senhor do balcão. Com a sensação da vulgaridade do tema actual, questionei-me acerca do som de manobra de marketing, ao gostinho da gente, na montra, a par, vende-se Caim e a Biblia. Dois best sellers emergentes, decerto.
Quem pretender dar azo à liberdade de expressão, tão em voga, pretende-se documentado na ambivalência de perspectivas que a mim, me chateiam profundamente.
Como disse Turgot, " A liberdade é o direito de fazer tudo o que não é contrário ao direito de outrem".
Na minha mera opinião, reduzo ao mesmo, as expressões de um passado deformado, a cegueira da nossa submissão aos titulos honorificos e nobiliarquicos, e por isso, a opiniões superiores e outras que nem tanto.
A liberdade de expressão, é igual à liberdade da fé. O direito de um louco dizer tudo o que lhe vem à cabeça, é a mesma que a crença abstrata da fé. Ambos se dispõem a ficar a falar sozinhos, sem plateia.
Este caso, soa-me a falso. Soa-me a manobras que engolimos. Se é um Nobel, corremos a comprar Caim e a Biblia e vamos todos discutir o assunto. Objectivo alcançado.
Eu gosto de Lobo Antunes, do conceito de gostar de quem dá amor e de quem usa uma gravata que não se vê. Gosto do anonimato de opinião que não sucede os desvios por titulos, gosto de palavras mais que de faces, gosto de discussões mais que imposições.
Ao sr Saramago, atribuo a opinião, que subscreva ou não, é meramente uma opinião, esboçada na sua liberdade de a expressar. Tiro o mesmo das imposições catedraticas episcopais, arcaicas, são doutrinas. Movem almas em contornos de uma fé. E essa, admiravel, tem ela própria o direito de existir.
Mas como se fala nisso, vamos todos ler Caim e a Biblia. Somos seguidores sem individualidade.
Eu comprei o SNC explicado e vou tentar ter também uma opinião acerca disso.

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