16 outubro 2009

A mentira da verdade

Em campos de um verde antagónico na esperança. Desmembro conceitos ilustrados de cegueira. Deixei. Deixei a minha vida inteira. Fui testemunha de conceitos e adjectivações aparentes, feitos de olhares distantes que mal me vêem, no meio de tanto.
Passo os meus dias acompanhada de atitude passiva, por respeito e por cansaço. Por entender reconhecer o significado de "mais do mesmo", por ter também eu quebrado a minha visão com medo, com embaraço. Por ter, num passo audivel, entendido e desentendido que no meu mundo, se aglomeram fantasmas sorridentes e bruxas vigentes. Por ter errado, estando tão certa, por ter sonhado muito mais do que o alcance que me era devido.
Está aqui, nas minhas mãos, memórias opostas feitas de sol e de agua salgada que escorreu solta na minha cara ante um silencio atroz de quem julgava poder. Um abraço que se paga, um olhar que não me viu. Leu.
Não despeço, não julgo, enfraqueci de tanto querer e não saber. O que sinto, vive em mim, ficou no maior vazio que me percorre em ondas naufragadas de silencio.
Desacredito no entendimento, desacredito na mentira feita verdade por opinião. A força de vivencias feridas, a ironia de palavras crueis, premeditadas em voz altiva. medo, medo, medo...
Hoje, em dia de maré vazia, alucinada de expressões convictas de desresponsabilização. Fraca por assim ser, o que mais havia, há, cá dentro, renascido em mim e findo. Findo de mãos estendidas, findo de sol quente e lua meia que julguei seguir, marcando o chão. Pisadas feitas de mim, por mim, mostradas e sentidas, que não se marcaram, não se ouviram. E eu não vi.
É mais facil igualar que acrescentar.
Na operação, em mim, subtrai-me na restea do que me assiste. O tempo de sol poente, feito de respeito e estilhaços de vento. Feito de desentendimento e sielncio, feito do nada que mais havia. Não em mim. Em mim, havia mais que palavras, havia a verdade na mentira.
Fui mentira, sou mentira, serei sempre enquanto vir partir bandos de Outono, enquanto suportar o silencio, enquanto viver no tempo que não me habita. Serei mentira enquanto chorar por ser e não ser. Sou pequena, cheia de medo de magoar, atordoando-me todos os dias.
Sou tão mais que isso, que eu sei.
Se o não fosse, não seria esta alma vazia que chora agora, só por falar. Verdade, mentira....
A verdade é que amei como nunca. A verdade é que não lutei, lutando calada, a mentira disfarçada era o dia que me levava a acreditar no que sempre desacreditei.
A verdade é que não valia, nada!

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