19 outubro 2009

Palavra

Palavra do meu dia. Serpente envenenada. Respeito.
Faltava-me a certeza das aguas que confluem sempre no mesmo oceano infinito. Embrenhada em feixes de luz que bailavam e caiam, depositados na terra de fogo que se vai apagando, percorro em mim, a tristeza de um novo dia.
O fresco trespassa-me urgente, anuncia a fortaleza dos sentidos, dos medos que sem ordem, encontram fundamento.
Porque já antes soube que nada se prevê e tudo se anuncia. Porque em caras molhadas se confundem lágrimas sabedoras do alcance da partida que jamais chegou. Um dia, hei-de devolver-me a calma. Um dia hei-de rever a minha visão limpida e aceite.
Por ora, uma promessa, sancionarei os meus dedos em direcção aos prados que brincam, que se envolvem em degustações infernais. Não há mais Deuses no meu dia, se o Céu é feito de gestos certeiros que marionetam o que se sente sem conversão. Não há tempo nem distancia, como alguém diria.
Obrigada pela certeza.
A minha palavra hoje é "mais nada".

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