26 janeiro 2009

Herança

Herança do meu passado, meu fado, meu medo, meu credo.. Raiz daninha e entranhada em mim quando, louca, gritava em busca do que nunca existiu, quando mergulhava nas profundezas de um mar descoberto e encoberto , ultrapassada pela minha corrida desalmada, traida pela vontade de não ser mais uma estranha no meio da multidão de caras sem rosto, sem expressão.
Entraste em mim para me consumir, para me domar, violando cada pedaço que se te opunha, julgaste poder envolver-me na tua teia de mulher sem dó, julgaste ser capaz de me tornar mais um numero a acrescentar ao teu quadro de vitorias, quase conseguiste, estiveste tão perto, tão perto...
Hoje a guerra é minha, sou eu, hoje espero-te em cada despertar, rejuvenescida de uma força que desconheces, porque te ignoro, porque me rio de ti e dos estigmas e peso que julgaste ter numas poucas mentes pequenas.
Não falo de ti, nao te nego, sou omissa mas ouve os meus gritos e brados loucos que te ensurdecem e fazem calar, gritos em silencio que so tu e eu ouvimos, a luta é minha e, repara, tenho na minha mão o que não conheces, um sorriso para ti quando esperavas lágrimas de frustração, não te deixarei nunca falar por mim, não sabes falar em silencio!
Tu e eu sabemos o quanto nos defrontamos e fortalecemos, porque assim queremos, não és minha companheira, nunca o serás, não és o fim, foste o principio da minha caminhada, desta, só minha, escarnecendo e conhecendo já muito para além do que quiseste chamar de limitações... Hei de vencer-te, hei-de dominar-te, sou forte, não deixo que fales comigo nas vozes tristes e secas que me condenam.
Hoje nem te vi, nem te ouvi e lutei por ti!!!

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