30 janeiro 2009

Palavras

As palavras aproximaram os caminhos que me são familiares.
Sinto que não os percorri..
Deixei-me antes nesta caminhada pela imensidão apaixonante e dispersa no tempo, no sabor do saber e preferir manter e criar sem limites, sem fins, sem espaço nem finalização…
Assim , perante este olhar, entendes o meu pedido quase sofrido, quase arrependido para que saibas embaciar a minha vista e engrandecer a distancia que nos tornará ainda mais próximos.
A alma não nos atraiçoará nunca, esta alma renascida de muitas vidas, reconhecida em tantos gestos e vivida escondida nas cores …

Vês? O arco íris tem cores!
Tem tantas cores, não vês?
Vi-as no que o teu olhar já me sussurrou, sossegado e cauteloso, vi-as quando tentei eu própria cegar-me e fugir de mim… Vi-as como chuvas de estrelas na minha direcção, sem pressas, mas muito depressa, como se fosse urgente que as visse, como se antes de adormecer, soubesse que eram minhas. Ao mesmo tempo, enquanto corria furiosa contra este vento que me desperta e faz tremer, procurava gritar do mais fundo da minha alma, a dadiva desse sabor de não ter, desse mar que me inunda sem querer…

Não me deixes nunca dormir.
Não traduzas, não me acordes, deixa-me viver esta dormência, este mar que me leva na corrente sem se mostrar… Deixa-me rir, deixa-me saborear esta calma que me dás, a sabedoria com que me ouviste no meu silencio mais profundo… Deixa-me !
Ignora-me... Saberei sempre fugir!
Saberei despertar em seguida.

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