09 julho 2009

As palavras..

As palavras, falam, dizem, mas tal como esta mulher que leio, são mais gritos de alma.
Procurar sentidos na alma, em sopros sentidos, vividos que nem eu conjugo, tal como as verdades que antes me erguiam e que agora calam, tal como os opostos se alternam e completam e me fascinam ainda mais? No meu caos vejo ordem e a desordem define-me, a indefenição clarifica o caminho e a solidão enche-me de vida preenchida em ti.
Os espelhos refletem-me e afastam-me, o sol e a lua encontraram-se num momento em que ninguem viu, olharam-se, só para terem a certeza que que as faces se completam.
Os adjectivos oprimem-me. Acho que sou mais que isso. Às vezes sinto-me fundida em marés, revolta, num sentido que nem eu vejo. Para quê definir sem procurar antes o outro lado?
Penso no tempo.
No espaço que preencho a querer definir-me e apaziguar-me nos conceitos orquestrados do certo e errado e perco tempo. Não entendo as dicotomias pensadas, nao entendo a continuidade entre pensar e sentir, há fogo e escuro no meio, há vento que nos revolve, e assim me reencontro e desentendo.
O meu equilibrio está em não me dominar, o ponteiro não é certeiro, nunca seria pelo tanto que sinto. As palavras ordenadas são mentirosas.
Olho em volta e vejo.
Neste tempo.
Vultos sem alma, todos iguais, todos certinhos no mesmo sentido. Vejo-os passar e admiro-os porque me esqueço. Agora não quero. Não tenho tempo.

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