01 julho 2009

Sai-me

Ontem vi-me partir.
Não me apareço mais, não sei ver-me, nem ter-me, nem despedir-me, sonhar-me e acreditar-me, não sei nada. Sei amar-me, mais do que ao resto.
Não quero mais o reverso do tempo que preciso e não mereço.
O contraste entre a demencia e a normalidade, são dois compassos apenas, e no meio, resta o nada em que, sem espera, me enquadro.
Hoje ver-me-ei chegar. Dos passos faço tela e dela faço um quadro. Jogo cores ao acaso, são minhas, cores coloridas, feitas de sal na cara e corpo ardente, feitas de frio e de quente. Não me vejo, por isso engano-me. Respiro sem admirar mas preciso de me pintar.
Arranco-me de mim a ferros e afinal, sempre que olhei em volta, não me vi.
Faz de mim uma esfera e rebola-me por uma serra, ou então, faz magia, faz-me voar, na tua mestria, sopra com força para que o ultimo olhar seja por cima do mar. Faz-me fundir com os sitios que gosto para que me possa visitar de vez em quando, um dia.

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