10 outubro 2009

Evolução

Na minha própria encruzilhada, por não saber a cegueira, desenho a lápis e pincel, uma ideia.
Um tempo esforçado, obra minha, inteira, o voo experimental na direcção que escolher.
Feira da ladra, na madrugada de mais vida, uma lua cheia despedida e um amanhecer de gente com quem trocarei o que tenho por o que mais houver.
Serei sonhadora de mim e de uma planície vermelha, de soleiras que envolvem acenos e de contas que cozerão o meu pão.
Trarei um avental colorido, vocabulário a condizer e um cantaro de agua na mão.
Farei do que souber, a minha expressão de querer, far-me-hei mulher de sol nascente.
Vou estudar, vou saber, inventariar o meu património emocional e sorrir numa nova equação. A minha expressão.
O vazio que me preenche, vivo e demente, será o palco em que ensaio, a minha capacidade de ser.
Vou aprender a escrever em palavras o que a minha alma sente e ser, no meio dessa gente, uma como outra qualquer. Diferente!

2 comentários:

O Profeta disse...

A meiguice dos teus olhos
Enternece a alma mais dura
Sei-te em cada batida de coração
Na verdade da água pura

A verdade da terra
De verdadeira verdade se veste a tua alma nua
O mundo conhece teus passos
O teu destino impresso nas pedras de uma rua

Mágico beijo

PAS[Ç]SOS disse...

Das ideias saem voos sem destino. Nas trocas negoceiam-se sonhos, sem ventos de retorno. No vazio do espaço há um palco em que ensaiamos ser actores, não da obra escolhida mas para a qual fomos escolhidos como intérpretes. Sobram as palavras que escrevemos na alma de quem nos é diferente, porque único.