03 outubro 2009

Lua cheia

No final do meu dia, vi uma lua cheia, linda, senti o cheiro de um entardecer fantasiado, por cima dos cumes castanhos, esta luz viva que me ilumina e aquece. Tardei em deixar de a olhar.
Pensei quem a via, lembrei-me de outra e duas estrelas, numa noite fria e azul. Nos que não viam, nos que me conheciam e sabiam que estaria em algum lugar, maravilhada, nos que sem me me ver a viam e nos que me olhavam e pensavam para onde estaria eu a olhar. Pensei numa pouca de gente que amaria por esta lua e na loucura de passar sem ver.
Pensei nisto e deixei-me estar.
Pensei onde me pertenço, pensei tanto na palavra "nós".
Pensei tanto que parece que o meu cérebro parece querer rebentar.
mas este pensar é diferente, é irracional, é o assistir de memorias que me percorrem, é o ser finito que se funde numa visão, é a imensidão do que sinto.
Vou descansar, vou dormir de janela aberta, esperar a chegada do meu amigo que tarda porque esta noite tambem o chama. Vou busca-lo e olhar a lua antes de me deitar.

5 comentários:

Patricia Simões disse...

olá

Tal com tu, tambem eu gosto de parar e apreciar o que a vida tem de belo para me dar! Por vezes, dou por mim distraida com algo tao insignificante mas que é detentor de uma beleza rara e que me faz acreditar e ter a certeza que este mundo tambem tem algo de maravilhoso!

Afinal a verdadeira beleza está nas coisas mais "insignificantes"!


Gostei!

PAS[Ç]SOS disse...

Na luz da memória há que buscar os aromas que nos deram vida e plantá-los, numa nova planície onde um dia, seguramente, a lua voltará a brilhar.

Sonhadoremfulltime disse...

Olhar a lua, é uma das raras coisa que me acalma.
Quantas vezes a fixo e como inebriado me vejo transportado para ela como fossemos apenas um.
E sempre que começo a sentir aquela estranha angústia, o lado escuro da lua, tenta absorver-me a mente, o corpo o próprio discernimento. Atrás, uma grande janela permitia observar a noite e o seu cenário. Estrelas brilhavam na imensidão do espaço.
Ela, a lua, lá estava, imóvel e vigilante. A parte visível era apenas um pedaço. A parte escura, uma imensurabilidade.
Éum dos meus fascinios.
Curiosamente irei postar um texto de um livro que tenho à espera de editora e a que dei o nome de "O lado escuro da lua".

continuando assim... disse...

nunca se perde a lua!!!

bj
teresa

Luz disse...

A lua assim como o sol são algo que me prendem, me tomam. Exercem em mim um fascínio imenso, talvez também, por isso, eu fui apelidada de menina SolLua por uma amiga muito querida, e ambos estão sempre presentes em mim, tal como o mar, o céu...
Mas aqui a lua, o luar que também me acalma e me faz lembrar tanto no "nós". A lua permite-nos a tanto de nós que muitas vezes desconhecemos..., ou pensamos desconhecer, mas ela, a lua lembra-nos com a sua presença vigilante que nos ilumina.

Obrigada por esta lua de luz.

Abraço