07 outubro 2009

Primeiro dia de aulas

Vim da escola. Sentei-me aqui. Deitei uma lágrima, nem sei porquê, tinha-a guardada para este momento, presa por detras de sorrisos com que me escondo.
Como sempre, senti-me desenquadrada, diferente. Sentei-me numa mesa branca, rodeada do mesmo branco, preenchido por bocas gritantes, gigantescas no eco que se fazia ouvir. Escrevi os nomes, apreendi os sistemas e as experiencias de um convencimento que me fere.
Esta escola espelha o meio em que me inseri, sem nunca me ter adoptado.
Gostei de cada professor, gostei de absorver o tanto que vou aprender, o meu silencio maximizava a minha audição, enquanto pairavam no ar julgamentos lancinantes de quem foi credora de mim.
Por momentos, pus tudo em causa, curso errado, lugar errado, eu errada.
Foi um momento que desenrasquei com os meus próprios instrumentos.
Apercebi-me que me aguardam períodos de trabalho, de esforço e dedicação. Fico contente por isso. São meus, feitos de mim.
Não aceito que me julguem sem saberem de mim. Há uma face que me enfrentou hoje. Odeio este poder que ainda dou. Tão poucos que sabem quem sou.
O meu cerebro doi, cada vez mais, já não tenho tolerancia a sons , luzes e pensamentos que me inundam. Hei-de saber porquê. Por ora, limito-me a estar, aqui, sossegada.
Dava tanto por um abraço...

1 comentário:

PAS[Ç]SOS disse...

Em busca de nós partimos, por vezes, em navegação por mares que nos provem, que nos confirmem. Abrimos asas, rasgamos o peito e voamos na tentativa de desbravar céus, como prova de sermos capazes de voar, de comandarmos o nosso voo, de nos certificarmos existirem céus que nos acolhem, que nos reconhecem. Tanto… quando aquilo que realmente nos daria a paz se resume ao conforto dum abraço que nos faça sentir dentro do ninho.