16 agosto 2009

Compreensão

Tento fechar nas minhas mãos as forças estritamente necessárias para a sentida compreensão.
Ornamentada de minutos ocupados, de simples passos num qualquer sentido, vou ouvindo silencio em voz de razão, vou guardando a saudade, calando uma desnorteante vontade. Mantenho a força a qualquer custo, arte demente.
Vou andando.
Assimilei os códigos. Desfaço-me na margem de cá, na simples imensidão que eles ditam, recolho os meus, pedaços, sentidos. Retenho a imagem de uma ampulheta caida, instrumento adverso, já sem vida. Coloco-me ao lado do meu tempo, apertei-lhe a mão, arrisco confiar-lhe sentido.
Esqueço a reacção, aquela minha eterna inimiga. Desgastada, tambem eu sem vida, oponho-me ao protagonismo. Antes lancei-me em queda livre, arranquei-me de mim até entender, reler tudo do inicio, juntar os espaços e recordar.
Assola-me a loucura da lucidez agora.
É hora não minha. É nova a hora, nunca tracei o caminho, e nesta terra sem vida, remexo, estremeço, só isso, em busca da minha, olho por algo tão maior e de facil compreensão cujo reflexo não peço, não pediria, por essa imagem caida. Quero muito mais que isso, quero o tamanho que tem, quero a vida, o caminho sonhado e sentido não foi percorrido, não tem expressão.
Invadem-me em tempo de fraqueza, imagens vividas, agarro-as, peço-lhes vida e atiro-as em seguida à corrente.
A minha avó está de partida e o meu corpo ressente ainda agora cada visita, em forma de dormencia e vazio para a seguir me assolar de culpa por não ser diferente.
O meu pai ontem lembrou-me que me adora e tem saudades minhas. Tem razão!
O que pensava ser distancia, invade-me agora em multiplas formas de reacção postuma.
Rezo pela cruzada do meu tempo, apetece-me pedir desculpa à vida, infantilidades que me fazem como sou.

Estou desligada!


Mas por favor, na minha escuridão, não acendam e apaguem velas!!!!!
Luz, eu preciso de encontrar o botão!

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