11 agosto 2009

Não saber

Palavras seriam expressões mas, são mais que isso.

Quem não conhece também as usa, quem não sabe, brinca com elas em construções, evasões, quem aponta julgamentos que nem entende, expele-as como suspiros, vampiros..

Palavras são trocadas em jogos que me destroem na sua alma, por ser pequena, por não aderir aos sopros mais entranhados das vozes feitas de nada, que em noites de lua foram tudo.

Palavras situam-se entre dois gestos, os ditos e os pensados, dois tempos de um sentido que, desfazados se reconstroem, mas soam, meu Deus, como soam a quem sabe ouvir.

A minha avó não sabia ler nem escrever, mas as palavras dela eram as mais sábias, eram notas soltas dos sentidos de uma vida.

As palavras lidas, quando sofro, são entendidas no mesmo timbre do que sinto, e agora lembro-me daquele guardião da calma que me ensinou a parar e ouvir, porque o rosado dos passaros só seria visivel assim, porque o que julgo saber, julga apenas o que não sei ver.

Apontei-me como causadora de um espaço moribundo e sedento de vida. Verguei-me à pequenês da minha conquista que ninguém soube entender, afinal as palavras eram de julgamento facil de quem se limita a expectar. Afinal haviam dois compassos por alterar.

Não era só o meu.

Conquista é uma palavra que me soa falso.

Verdade é que não mudaria elementos.

Voo em direcção a uma luz que não me cega, que não me confunde, apraz-me saber de tantas convicções que, julgadas conhecedoras, tão pouco sabem...

Apraz-me saber que a meio da vida, já existe quem saiba, cuja experiencia muna de ponteiro como os professores antigos que apenas ilustravam o pouco que sabiam. Eu nao sei nada.

Sei que recebo o mesmo sorriso que dou,

Sei que tenho mãos pequenas mas capazes de abraçar

Sei por sentir que, em algum lugar me espero para me acompanhar.

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