28 agosto 2009

Festa na Aldeia

Tarde quente, como sempre, a minha mente despede-se por momentos das planicies laranjas e, tornando ao vale, lágrima verdejante neste campo agreste ribatejano, parei no largo da aldeia. Hoje é dia de festa. Não sabia.
Tenho andado meia cega, meia dormente, esquecida de reparar que a solidão está cheia de vida.
Um senhor rude, disse que me conhecia, todos conhecem o meu amigo, mas eu pouco tenho sorrido a esta gente. Sentei-me a ouvir uma musica antiga, e outro homem ofereceu-me o jornal do Ribatejo, vi sem ler.
Em dias de suposta calmaria, apregoei o julgamento de uma gente requintada e emproada que habitava aqui, sentia-me estranha nesta aldeia, sentir-me-ia sempre. A vizinha que respeita o meu amigo com um nome mais altivo, sentou-se na minha mesa.

- Não incomodo pois não? Tenho-a visto aqui, com o seu livro e o Francisco...
- Claro que não, fico contente por companhia!

O cheiro do frango assado, esta musica festiva, a minha companhia conversadeira, foram-se metendo comigo, brincando..
Curiosa, deixei os musculos do meu corpo relaxarem, adiei o cansaço e deixei-me ali estar, há gente bonita nesta aldeia, afinal.
No fim, comprei uma rifa.

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