08 janeiro 2010

Dia de Reis - bem hajam os Dromedários



Dia de Reis, entenda-se Reis Magos, que a História eleva a três reais viajantes de camelo que cruzaram o deserto, de coroas e riqueza nas mãos, em direcção ao Menino "nas palhinhas deitado", rodeado de uma vaca, um burro, o pai adoptivo e Maria.
Na história há uma estrela, designada por uns, Polar, e outros, um cometa com rumo. Desta parte, sempre gostei por imaginar uma noite no deserto iluminada por um clarão multicolor, pela sensação de calor e viagem.
Quanto ao incenso, ouro e mirra, não me parece propositado, Jesus tinha frio e fome e os seus pais fugiam das mãos crueis dos "tiranos", assim, daria mais jeito, uma manta, uma sopa e um camelo adicional.
Por isso e mais qualquer coisa, que é esta vontade de querer entender, esta história nunca me entrou, mas gostava de a ouvir na boca da minha avó Maria, noutras noites quentes em Mertola, que acrescentava falas ao burro e à vaca e ainda tornava os Reis numas aves raras. Eu ria.
Mas hoje queria falar de outro Baltazar que me encheu o dia. Não foram poucas as vezes que desejei vê-lo longe, num deserto ou noutro sitio qualquer, na junção de camelo e dromedário. Tenho um professor que se chama Baltazar, pequenino, tão pequenino que já mal o vejo.
Ontem tive uma frequência com ele, numa sala com temperaturas polares, branca como sempre. E aquele homenzinho...
Eu que julgava saber daquilo, a meio do teste, a minha mente vagueava por um deserto de areia, com mar do lado nascente, olhava em volta e era geral. No ecrã à minha frente, via cores e o meu raciocinio congelado, levava-me dali, na constancia dos ultimos tempos. Não estou verdadeiramente onde estou.
Se verá...
Gostava eu tanto do Professor Baltazar!
Mas, Baltazar fica desde já associado a fuinha informático e pequenino.
Erro meu, decerto, defeito de fabrico, mas o meu estômago anda às voltas com o elenco de luxo do corpo docente da minha escola, que prima pelo melhor e pelo oriundo, nem sei de onde. Não consigo respeitar, na condição de prestador de conhecimento, um senhor que alegremente, e igualmente pequeno, mestre por convicção, solta da mesma boca em que masca uma pastilha um firme "quaisqueres" e ainda "Há-dem".
Não sei, não sei mesmo.

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