27 janeiro 2010


Rio Sorraia

Descobri as duas faces da lua, a terra fértil no vazio que o mar deixa, descobri um tempo que escondia por medo e onde só eu existo, de mãos dadas com a condição e as palavras, abraçada às margens do meu rosto quente, sempre. Descobri numa gaveta repleta de mim, de tudo o que tenho, um respirar que hoje não aspirou espelho, nem sonho, faço-o deste dia, aquele que por ser hoje, não será nunca mais.
Andei demasiado à deriva à procura de um tempo sem conteúdo e a deixar escapar por entre os dedos, o tempo das coisas do mundo, o meu.
Afinal o vazio está cheio de vida!

5 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida
Belas palavras que exalam poesia...embora o tempo passe, temos que o agarrar.

beijinhos
Sonhadora

Breve Leonardo disse...

[palavras de estrela que vasculhou o escuro universo, só para descobrir que é luz que olho humano também sabe observar?]

um imenso abraço, Milhita

Leonardo B.

Sonhadoremfulltime disse...

Olá amiga,
por vezes é no vazio que nos encontramos e descobrimos que afinal o vazio está repleto de vida.

Abraço

Guma disse...

Essa gaveta repleta de ti é porque existes e olhas à tua volta, consciência do que te rodeia e se está a passar. Não há o momento certo de partir para outras escolhas, há tão somente um momento e esse momento acontece depois de bater fundo e de deixar passar vida que perdemos e que não se voltará a repetir do mesmo modo. Vejo aqui um fio, fino de luz a iluminar-te um qualquer caminho que só tu saberás desbravar.
Sincero kandandu.

alfacinha disse...

Palavras que também enchem o vazio do mar